Vendedores são alvo de fake news e têm imagens associadas a sequestradores de crianças na Bahia


Alerta falso circula na região de Feira de Santana. Trabalhadores prestaram queixa em delegacia e a Polícia Civil investiga autoria do crime. Vendedores são vítimas de boatos e têm imagens associadas a sequestradores de crianças na Bahia
Dois vendedores que atuam na região de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, foram vítimas de fake news. Uma foto deles circula junto a um alerta, insinuando que seriam sequestradores de crianças.
“Atenção aí, povo do grupo. Uma van e dois homens dentro. Esses homens estão passando de colégio em colégio levando criança”, diz um trecho do áudio compartilhado no WhatsApp.
Desde que a mensagem passou a ser veiculada em aplicativos de conversação, há cerca de 20 dias, Jucival dos Santos e Ivanildo Marques vivem com medo. Os dois costumam pegar mercadorias — itens de cama, mesa e banho — em Feira de Santana para revender no interior baiano, porém, estão preocupados com a própria segurança.
“Tiraram foto da gente, divulgaram dizendo que a gente estava sequestrando criança, deixando a gente abalado, impossibilitando de trabalhar por medo de represália”, disse Ivanildo Marques à TV Subaé, afiliada da TV Bahia na região.
Jucival compartilha o receio: “A gente está trabalhando com medo, já prestei queixa na delegacia aqui em Feira”. Outro áudio, também compartilhado no WhatsApp, indica que pessoas pretendiam linchá-los.
LEIA MAIS:
Motorista por aplicativo denuncia ter sido alvo de fake news sobre estupro de crianças em Salvador
Falso procurador usa nome e modelo de documento oficial do MPT para aplicar golpe na Bahia; órgão emitiu alerta
Testemunha diz que mãe e filha que foram mortas em Salvador por causa de boatos
Vendedores Ivanildo e Jucival são alvos de fake news em Feira de Santana
Reprodução/TV Subaé
A Polícia Civil confirmou que os dois vendedores prestaram queixa em delegacias de Feira de Santana e Irecê. A instituição busca identificar a autoria do crime.
Como alerta, o especialista em tecnologia ouvido pela reportagem, Rafael Assis, afirma que tanto quem produz quanto quem compartilha o conteúdo pode ser identificado. Isso porque todos os movimentos feitos na internet deixam vestígios. Se identificados, os responsáveis pela fake news podem responder por calúnia e difamação.
Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.
Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻
Adicionar aos favoritos o Link permanente.