Inquéritos das joias e das vacinas estão ‘no estaleiro’, mas delação de Mauro Cid implica Bolsonaro

Os inquéritos da venda das joias sauditas e da falsificação de carteira de vacina estão no “estaleiro” – e as denúncias relacionadas a esses temas ainda não têm data para vir a público.
A delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, no entanto, aponta responsabilidade direta do ex-presidente Jair Bolsonaro nos dois casos.
Segundo interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, os dois inquéritos andam em ritmo mais lento porque a prioridade era dar seguimento ao inquérito do golpe.
Agora, a PGR vai seguir analisando os outros dois inquéritos antes de decidir se faz novas denúncias ao Supremo Tribunal Federal.
Cid implica Bolsonaro no caso das joias e do cartão de vacinação
Nos vídeos divulgados pelo ministro Alexandre de Moraes da delação de Mauro Cid, o tenente-coronel diz claramente que as ordens para venda das joias sauditas e para a falsificação da carteira de vacinação partiram diretamente do ex-presidente da República.
Há uma expectativa de que a PGR arquive as acusações contra algumas das pessoas envolvidas nos dois inquéritos e denunciando outras que tenham tido participação direta nas duas operações.
Segundo assessores do Ministério Público Federal, enquanto o inquérito do golpe aponta para uma responsabilidade direta dos envolvidos, nos outros casos há algumas dúvidas técnicas e jurídicas.
Cid diz que Bolsonaro pediu um cartão de vacina fraudado também
Aliados do ex-presidente Bolsonaro admitem que a divulgação dos vídeos da delação de Mauro Cid, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, desgasta mais a imagem dele e vira munição nas redes sociais.
Entre os apoiadores fiéis de Bolsonaro, porém, a avaliação é que o efeito será o contrário, de reforçar a imagem de vítima de uma perseguição política.
“Ele perde apoio no eleitorado de centro, que oscila, o que não é bom. Por outro lado, entre os seus apoiadores raiz ele não perde nada, pelo contrário, há um reforço da imagem de que Bolsonaro sofre uma perseguição política do Supremo Tribunal Federal”, diz um aliado do ex-presidente.
Bolsonaro mandou vender joias sauditas, disse Cid.
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