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Durante evento em Brasília, vice-presidente também defendeu uma política fiscal mais rigorosa para que o país tenha superávit nos próximos anos. Geraldo Alckmin, vice-presidente e inistro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Cadu Gomes/VPR
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu nesta terça-feira (18) parcerias entre os governos federal e regionais (estados e municípios) com o setor privado, mas criticou estados que privatizam o saneamento básico somente para fazer caixa, sem atentar para o interesse público.
Durante participação no evento “Brazilian Regional Markets”, em Brasília, Alckmin afirmou que vê com bons olhos concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs), nas quais todos atores se beneficiam mutuamente.
Sem citar exemplos, ele criticou concessões de saneamento básico que prejudicam a população.
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“Tenho crítica ao modelo de saneamento, pois os governos estaduais muitas vezes querem fazer caixa. Vendem um ativo para pegar R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões, R$ 3 bilhões, R$ 4 bilhões ou R$ 5 bilhões, não pagam divida, torram o dinheiro em pessoal e custeio, ficam sem ativo, continuam com a dívida, e deixam para o futuro um estado sem ativo, com maior folha de pessoal e com mais custeio”, declarou o ministro do Desenvolvimento.
Ele avaliou, ainda, que como o bônus de concessão (valor que a empresa paga para ter direito a explorar o serviço), nesses casos, costuma ser alto, ela acabará diminuindo investimento nos projetos, ou vai aumentar tarifa.
“Não tem magica. Então, saneamento básico não deveria exigir concessão onerosa, e, se exigir, deveria ser pequena. Muitos estados querem vender empresa de saneamento só para fazer caixa, e as concessões são altíssimas. E aí vai pra justiça também”, concluiu o vice-presidente.
Durante sua palestra, ele também lembrou que a equipe econômica reduziu o déficit das contas públicas, mas defendeu uma política fiscal mais rigorosa para voltar a superávit nos próximos anos, necessário para estabilizar e reduzir a dívida pública. O objetivo, segundo ele, é permitir juros menores.
Ele defendeu ainda mudanças no sistema de metas de inflação, com objetivos fixados com base nos núcleos, e não na inflação cheia. Nesse formato, seriam excluídos preços de alimentos e de energia da meta. “Não adianta aumentar juro porque não choveu. E não adianta subir juro que não vai baixar o preço do petróleo, isso é geopolítica”, concluiu.