Na tarde desta quinta-feira (6), os trabalhadores da Teka, tradicional empresa do setor têxtil de Blumenau, no Vale do Itajaí, se reuniram para duas assembleias com o Sintrafite (Sindicato dos Trabalhadores Têxteis).
Eles se reuniram depois do anúncio do pedido feito pela administração judicial para falência com atividade continuada da empresa. Segundo o sindicato, o objetivo do encontro foi explicar aos funcionários da gigante têxtil o que significa e quais os próximos passos.
No mercado desde 1926, a indústria se tornou referência no setor têxtil, como uma das maiores fabricantes de artigos de cama, mesa e banho da América Latina. Há há 12 anos, a Teka entrou em recuperação judicial.
O pedido de falência continuada da Teka
Em um comunicado emitido nesta quinta-feira (6), a administração judicial esclareceu que o pedido busca manter a empresa funcionando, com os pagamentos aos credores e a permanência da empresa no mercado.
“Assim, neste momento, a TEKA reafirma seu compromisso com o cumprimento das suas obrigações assumidas, na manutenção dos empregos, entrega de pedidos, atendimento aos clientes e fornecedores e na plena produção de suas fábricas”, cita a nota.
O pedido ainda não foi apreciado judicialmente e os interessadas não foram intimados para manifestação. Na petição enviada à Justiça, a Leiria & Cascaes Administração Judicial Ltda, nomeada administradora judicial, cita as famílias que dependem da Teka em Blumenau e também em Artur Nogueira, unidade em São Paulo.
Estado de greve
Segundo o dirigente sindical do Sintrafite (Sindicato dos Trabalhadores Têxteis), Carlos Maske, o sindicato se reuniu para exigir que os empregos sejam mantidos, respeito aos direitos, pagamento do salário em dia e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dos trabalhadores.
O dirigente sindical ainda esclareceu que a assembleia definiu que uma mobilização permanente e aprovação do estado de greve para agir caso a empresa descumpra os compromissos com os trabalhadores.
Isso por que, de acordo com o sindicato, desde que a empresa entrou em recuperação judicial, alguns trabalhadores foram demitidos sem receber os valores da rescisão, ficaram sem FGTS e até salários ficaram atrasados em Blumenau e Indaial desde 2013.