Câmeras nas fardas de policiais do ES poderão ajudar a identificar criminosos a partir de reconhecimento facial


Regras para o uso dos dispositivos ainda estão sendo definidas. Inicialmente, 200 policiais vão usar o equipamento. Até o fim de fevereiro, cerca de 200 policiais vão utilizar câmeras na farda
Duzentos policiais militares do Espírito Santo vão começar a usar câmeras acopladas às fardas a partir do dia 17 fevereiro. Além de registrar abordagens, o governo do estado estuda a possibilidade de integrar os dispositivos a outros sistemas já existentes, como o de reconhecimento facial e o cerco eletrônico, para auxiliar na identificação de criminosos.
Na fase inicial, os militares do Batalhão de Trânsito e da 12ª Companhia Independente, em Jardim Camburi, Vitória, terão acesso ao equipamento. A meta é que, até o fim de 2025, cerca de 1,5 mil câmeras estejam em operação nas forças de segurança do estado, incluindo a Polícia Militar, Civil e Científica.
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O subsecretário de Comando e Inovação da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), Guilherme Pacífico, destacou que o governo optou pelo modelo de locação para viabilizar a implementação da tecnologia.
“Cada câmera custa R$ 700. É um investimento significativo, mas essencial para aprimorar a segurança pública e garantir mais transparência nas ações policiais”, afirmou Pacífico ao g1.
Os aparelhos possuem as seguintes características:
Registram o número de identificação do policial;
Gravam áudio e vídeo, com duração de gravação de 12h;
Apontam a partir do GPS a localização exata em que o agente está, assim como o horário da ocorrência.
Regras ainda sem definição
Câmeras nas fardas dos policiais do Espírito Santo possuem GPS, registram a hora e local da gravação e o número de identificação do policial
Reprodução/TV Gazeta
A princípio, as gravações precisam ser iniciadas pelo próprio agente. Todas as imagens gravadas serão enviadas para uma Central de Atendimento que vai trabalhar na parte de armazenamento do material.
“Estamos analisando todos os detalhes do funcionamento das câmeras, como por exemplo, elas também transmitem imagens para o Centro de Comando, no modo full HD consome mais bateria. É a busca para que a gravação possa garantir o armazenamento ideal. Grande parte do que está sendo gravado não tem conotação nenhuma com a parte do crime. Mas a parte que tiver correlação com eventos criminais, isso será gravado e armazenado. Um tempo de armazenamento que possa ser constituído prova para auxiliar o trabalho da própria polícia”, destacou.
Mas algumas diretrizes ainda estão sendo analisadas pelo grupo de trabalho. Como, por exemplo, sobre se o agente vai poder desligar a câmera ou não.
“Tudo isso ainda estamos finalizando. Mas é fato que quando o policial estiver na atividade fim, entrou em exercício, precisa estar gravando e armazenando. Temos o prazo para apresentar um modelo de contratação e um estudo técnico preliminar para a próxima contratação. Nós estamos analisando o que foi adotado em outros estados, para poder montar o nosso próprio”, frisou.
Imagens geradas pelas câmeras nas fardas dos policiais do Espírito Santo são gravas e serão geradas para uma Central de Controle
Reprodução/TV Gazeta
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O grupo de trabalho também analisou todas as possibilidades tecnológicas operacionais para o melhor funcionamento da ferramenta.
“O cronograma instituído pelo grupo de trabalho é se basear no melhor uso da tecnologia. Como ela vai funcionar nos ambientes operacionais, como ela dialoga com as demais tecnologias que nós temos como o cerco inteligente, reconhecimento facial, acionamento pelo Ciodes e a integração entre as forças”, pontuou.
Inicialmente, 200 policiais do Espírito Santo vão utilizar câmeras nas fardas
Reprodução/TV Gazeta
Até abril, a corporação pretende fechar os últimos detalhes sobre o funcionamento do aparelho e os procedimentos que devem ser adotados pelos policiais. Assim que estiverem finalizadas, as medidas serão publicadas no Diário Oficial.
Atraso na implementação
O uso das câmeras começou a ser testado em 2024 com treinamentos para policiais da 12ª Companhia Independente e do Batalhão de Trânsito. O prazo inicial para a implantação completa era o fim de 2024, mas a Sesp decidiu ampliar os testes para incluir outras forças de segurança.
“Nós recebemos uma orientação do Ministério Público e aproveitamos para ter mais tempo e ampliar o trabalho. Antes o foco era só a Polícia Militar com as câmeras, mas pegamos as demais forças para ampliar o funcionamento. Até o final de 2025 já devemos estar com todas as contratações e equipamentos a disposição dos nossos policiais”, disse.
O governo do estado também demonstrou interesse para receber recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para utilizar no investimento de novas câmeras para as fardas.
“Os policiais já estão capacitados e agora estão terminando de formatar o procedimento operacional padrão. Há ainda muito tabu sobre isso. Mas a gente vence demonstrando que a tecnologia vem também para coibir ações inadequadas, seja da sociedade ou do próprio policial. Mas principalmente a ferramenta vem para integrar e aprimorar o trabalho policial.
Policiais do Espírito Santo vão começar a utilizar câmeras nas fardas até o final de fevereiro
Reprodução/TV Gazeta
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