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Entre as árvores silenciosas e o murmúrio distante da cidade, um cemitério de Blumenau guarda histórias e curiosidades capazes de intrigar até os mais céticos, especialmente para aqueles que têm medo de serem enterrados vivos.
![cemitério em Blumenau com rotas de fuga cemitério em Blumenau com rotas de fuga](https://static.ndmais.com.br/2025/01/rota-de-fuga-cemiterio00-00-12-00quadro001-800x450.jpg)
Cemitério de Blumenau conta com rota de fuga – Foto: Arquivo/NDTV
Rotas de fuga estão presente em cemitério de Blumenau
Algumas sepulturas do local possuem saídas de emergência, verdadeiras “rotas de fuga”, caso alguém seja sepultado ainda com vida.
O proprietário do cemitério, Alcione da Silva, revela que a ideia de criar essas rotas nasceu de um trauma de infância.
“Eu tenho esse trauma e medo da morte desde os nove anos. E quando comecei a trabalhar em cemitério, 11 meses depois, meu pai faleceu. Eu tive a preocupação na época de que não tocassem no corpo dele. Fiz um velório de 36 horas e, só após ter certeza de que ele realmente havia falecido, sepultei o corpo. Ainda assim, mantive a sepultura aberta por mais três dias, até começar o cheiro da decomposição”, explica Alcione.
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A ideia de criar essas rotas nasceu de um trauma de infância. – Foto: Arquivo/NDTV
Com o tempo e após mudanças na legislação, ele decidiu implementar um cemitério vertical, buscando reduzir custos e democratizar o acesso. Durante esse processo, desenvolveu o conceito das “rotas de fuga”.
“Durante esse desenvolvimento, alcançamos a pressão negativa dentro das sepulturas. Foi aí que pensei: agora, a pessoa consegue sair sozinha daqui se for necessário, e eu não preciso mais manter a sepultura aberta. Assim surgiu a Rota de Fuga”, completa.
Há quatro anos, o cemitério oferece essa alternativa inovadora, contando com um mecanismo pensado especificamente para casos de sepultamento prematuro.
“As sepulturas têm um lacre sensível, muito fácil de ser rompido. O corpo continua vivo. Ele é formado por trilhões de microrganismos que têm vida própria e se auto consomem. Usamos uma geomembrana que transforma os resíduos em chorume, que evapora e é filtrado por um biofiltro. Com oxigênio, a decomposição ocorre de forma natural. Mas, caso a pessoa não tenha falecido, o corpo não será auto consumido”, detalha Alcione.
Combinando ciência e engenhosidade, o cemitério oferece uma abordagem singular para um dos maiores medos da humanidade, transformando o terror em uma curiosa solução de segurança.