O fim de semana foi de Festa da Nossa Senhora da Lapa, com apresentação da centenária Banda da Lapa, comemorando 128 anos. Evento tradicional e muito aguardado no Ribeirão da Ilha, a festa parou o bairro. Além da apresentação da banda, teve atrações como recreação infantil, almoço e boi de mamão. Centenas de pessoas participaram do tradicional festejo que reverencia a padroeira do bairro. Jovens, adultos, idosos e muitas crianças aproveitaram o domingo (18) com música e comida boa.
Banda da Lapa
Um dos pontos altos do evento foi a apresentação da Banda da Lapa. Fundada em 1896, a Sociedade Musical Recreativa da Lapa é uma entidade sem fins lucrativos, com membros voluntários, que desde o surgimento mantém a tradição de tornar a música instrumental mais presente no Ribeirão.
A comerciante aposentada Jane D’avila Heidenreich, 62 anos, é uma das filhas de Alécio Heidenreich, saudoso membro da banda. “O pai começou jovem, por incentivo do pai dele, também da banda. Sempre amou música, era um dom. Quando a banda teve um momento de dificuldade, por falta de instrumentos, mobilizou a comunidade e todos ajudaram”, conta.
Alécio queria que a banda não morresse e partiu sabendo que o objetivo foi alcançado. Como o pai sempre foi membro ativo da banda, Jane lembra das apresentações desde pequena e de histórias da banda nos anos 1950, quando ainda nem era nascida. “Ele sempre dizia: ‘tenho três amores na vida, a família, a banda e as baleeiras.’ Alécio morreu em março de 2022. “O amor da gente pela banda é eterno. A gente se emociona toda vez que ouve, claro, porque reporta à memória e a imagem dele”, disse Jane.
A enfermeira Elaine Ferreira lembra das festas de Nossa Senhora da Lapa desde os 4 anos. “Banda da Lapa e Igreja Nossa Senhora da Lapa são praticamente uma coisa só. Vemos várias gerações participando”, comenta Elaine, que estava com os filhos Sofia, 15, e Lucas, 7.
Douglas Lapa da Silveira, presidente da banda da Lapa, nasceu no exato dia de uma das edições da Festa da Lapa. Está no grupo desde 1994. “Comecei tocando flautinha e hoje sou maestro e tenor. Levo a banda no meu sangue e no meu nome”, ressalta.