Levando tudo na Moral: Um Olhar Sobre Caráter para não viver o caos

Caro leitor,

Caráter e moral são princípios que, para mim, definem quem somos. São as lentes através das quais enxergamos o mundo e, mais importante, os outros à nossa volta. Chico César, em uma de suas composições, nos convida a uma reflexão profunda sobre a natureza humana:

“Deus me proteja de mim

E da maldade de gente boa

Da bondade da pessoa ruim

Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim”

E aí, vem a pergunta que me faço, e agora passo para você: como estabelecemos relações com quem não pode nos trazer “nada”? Em quem realmente confiamos? E, talvez mais importante, de quem precisamos nos proteger? Dos outros? Ou de nós mesmos?

Algumas correntes da psicologia refletem a noção de que, em última análise, somos responsáveis pela maneira como reagimos às situações que a vida nos apresenta, mesmo que não tenhamos controle sobre o que acontece ao nosso redor. E agora?

O que é mais perigoso: a maldade disfarçada de gente boa — aquela pessoa que, à primeira vista, parece perfeita, mas esconde um lado sombrio — ou a bondade de uma pessoa ruim, de quem esperamos sempre o pior, mas que, quando demonstra um gesto benevolente, nos faz duvidar?

Somos frequentemente colocados diante de escolhas morais em quase todas as nossas relações. Mas será que devemos conviver apenas com pessoas que nos oferecem algo em termos de status e poder?

O filme Poderosa Afrodite”, dirigido por Woody Allen, traz à tona questões profundas sobre moralidade, destino e relações humanas. A trama é uma excelente metáfora sobre a imprevisibilidade das intenções humanas e como, muitas vezes, julgamos os outros de acordo com nossas próprias expectativas, sem perceber que as aparências podem enganar. E sabemos que enganam. O filme nos convida a ver além do superficial e entender a complexidade das escolhas morais.

Poderosa Afrodite é um filme estadunidense de 1995, do gênero comédia, escrito, dirigido e co-estrelado por Woody Allen, ao lado de Mira Sorvino, Helena Bonham Carter, Michael Rapaport e F. Murray Abraham. – Foto: Getty Images

 

Conforme amadurecemos e ganhamos autonomia, nos damos conta de que a verdadeira liberdade está em escolher com quem queremos compartilhar nosso tempo. E talvez o maior luxo da vida seja, de fato, poder dizer não. Não a relações que nos esgotam, que nos drenam ou que são puramente transacionais. No ambiente de trabalho, quantas vezes nos encontramos presos a relações baseadas em interesse? Quantas dessas conexões são viscerais, apaixonantes, genuínas?

Vivemos em uma sociedade onde muitas vezes é incentivado o “networking” sem substância, onde o interesse prevalece sobre a autenticidade. Mas, se queremos encontrar um propósito verdadeiro, precisamos cultivar relações que nos inspirem, que nos façam crescer como seres humanos.

Pratique a cartilha que você reza. Ao final do dia, precisamos de algo mais que status. Precisamos de relações que mexam com o coração e a alma. Que sejam viscerais, humanas e autênticas.

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