![](https://s2-g1.glbimg.com/tdv1JaOmuttASWH1IXfI1R46wnA=/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/8/Q/gKTuP0TmSKruOSdtw6yA/img-1590.png)
O conflito entre Israel e Líbano se escalou na semana passada, após a explosão de pagers e rádios usados pelo Hezbollah. Para evitar o risco de estilhaços causarem ferimentos em caso de um míssil cair próximo de onde ele e mais colegas estavam, o brasileiro Gabriel Chaim, fotógrafo e documentarista, abriu todos os vidros do veículo. Eles faziam um arriscado trajeto alvo de bombardeios no Líbano, entre o sul do país e Beirute, a capital.
Em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (26), ele relata que sentiu “muito, muito medo” de ser atingido.
“Estava calor, a gente geralmente anda de ar condicionado. E, nesse momento, a gente abriu a janelas da van, todas as janelas, por conta dessa onda de explosão, que se por acaso a gente recebesse o impacto, se a gente tivesse passando e coincidentemente tivesse acontecendo um impacto de míssil próximo e essa onda atravessasse o vidro do carro…”
“Isso pode causar muitas coisas se o carro tiver com os vidros fechados. Uma explosão nos vidros, os estilhaços podem ser fatais.”
Gabriel Chaim, fotógrafo e documentarista
Arquivo Pessoal
Em meio ao risco iminente, eles, então, pararam em um restaurante para decidir o que fazer. Foi quando presenciaram um foguete passar por suas cabeças.
“Aí, do nada, começou o Hezbollah a lançar foguete de uma posição atrás de onde nós estávamos.”
“Não tão perto, mas os foguetes passaram pela nossa cabeça e em direção à Israel. Aí eu falei ‘tem que sair daqui agora’. Porque é automático: eles lançam alguma coisa, Israel ataca esse lugar que foi que saiu.”
O conflito entre Israel e Líbano se escalou na semana passada, após a explosão de pagers e rádios usados pelo Hezbollah. O ataque deixou dezenas de mortos e foi atribuído a Israel. O país não assumiu a autoria do plano de sabotagem, mas o premiê Benjamin Netanyahu mandou tropas à fronteira e anunciou uma “nova fase da guerra”.
Ainda em entrevista ao podcast, Chaim relata ter presenciado “um bombardeio gigantesco” ao deixar o local. E com bombas “muito, muito próximas”, nas suas palavras.
“Logo depois de 5 minutos, veio um bombardeio gigantesco, com certeza atingindo o local que tinha sido lançado.
“Aí, depois, veio outro bombardeio muito próximo, muito próximo. Muito próximo que eu digo, muito próximo, menos de 300 metros.”
❗Contexto: o Hezbollah é aliado do Hamas, que em outubro cometeu um massacre com cerca de 1.200 mortos em território israelense. Em resposta, Israel lançou uma operação em Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos, segundo o Hamas. O Hezbollah é apoiado pelo Irã e fez, nos últimos meses, uma série de ataques com foguetes no norte de Israel, em apoio ao Hamas.
Ouça mais relatos de Chaim e a íntegra do episódio aqui.