Transporte marítimo deve sair do papel e se tornar uma realidade

(Conteúdo publicado no especial ‘Desafios Florianópolis: ideias e contribuições para uma cidade melhor’, elaborado por Marcello Corrêa Petrelli como forma de colaboração para o desenvolvimento sustentável, ordenado e estratégico da cidade)

São mais de 230 quilômetros de orla marítima mal explorada do ponto de vista da mobilidade.

Florianópolis é uma cidade que tem o mar, uma indústria náutica que traz emprego, principalmente para aqueles que não têm. É uma questão social, que traz arrecadação para a cidade. A Capital não pode ser uma vergonha náutica.

A Marina da Beira-Mar Norte é esperada há décadas, sempre enfrentando entraves de licenciamento. No entanto, aqueles que há décadas travam este desenvolvimento nunca apresentam alternativas para a solução. Impedem por impedir. É preciso “tirar do papel” o transporte marítimo em Florianópolis.

A Capital não pode ser uma vergonha náutica. – Foto: Flávio Tin/Arquivo/ND

O projeto do Parque Urbano e Marina da Beira-Mar Norte prevê investimento de R$ 193 milhões. A estrutura de 440 mil m² com vagas para 500 embarcações engloba um parque urbano público com áreas de lazer, quadras esportivas e um centro comercial focado em bares e restaurantes.

Ter uma marina representa desenvolvimento, com a criação de empregos e oportunidades, além de gerar receita e elevar o patamar do turismo de Florianópolis.  Cada entrave burocrático ressalta a necessidade de transformar obstáculos em oportunidades, permitindo que o potencial da orla seja plenamente realizado.

Além da Marina da Beira-Mar, é preciso construir um sistema de estruturas náuticas para possibilitar rotas no âmbito das duas baías.

O investimento em formas de transporte marítimo deve ser tratado como prioridade, tanto para atender às demandas de deslocamento diário quanto para impulsionar o mercado náutico, gerando novos empregos e oportunidades econômicas. Essa prioridade fortalecerá a dinâmica urbana, impulsionando um ciclo virtuoso de crescimento econômico e inovação sustentável.

Além disso, a questão náutica precisa ter o desprendimento de começar pequena. Em qualquer lugar do mundo, o transporte náutico começa pequeno e se viabiliza para iniciativa privada. Não precisamos começar com grandes negócios. Precisamos fazer com que o setor ande, que os moradores tragam suas propostas, seus estudos, e a lei se adeque à vontade da própria população. Precisamos de inclusão náutica.

O transporte marítimo pode conectar pontos estratégicos da cidade, especialmente entre o Continente, o Centro e áreas de grande fluxo na Ilha, reduzindo o tempo de deslocamento e diminuindo o impacto ambiental causado pelo uso excessivo de veículos. Rotas náuticas poderiam descongestionar as vias terrestres e oferecer uma alternativa prática e sustentável.

Sugestões de propostas

  • Executar o projeto do Parque Urbano e Marina da Beira-Mar Norte.
  • Criar rotas náuticas municipais e intermunicipais.
  • Investir em mobiliário náutico, como píeres e trapiches.
  • Investir em espaços que valorizem o potencial marítimo de Florianópolis.
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