IOF: ‘puxadinho’, ‘sinal de fraqueza’ e ‘prato cheio’ para oposição, dizem economistas sobre recuo do governo

Horas após anúncio, governo desistiu de elevar imposto nas aplicações de fundos nacionais no exterior.
Para especialistas, episódio reflete governo que tem medidas econômicas frágeis. “A quinta-feira ainda não acabou”. A frase é dita por dez entre dez economistas, ao tratar sobre o recuo do governo no aumento do IOF sobre aplicações de fundos nacionais no exterior. Isso porque , agora de manhã, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, já abriu o dia se explicando sobre o recuo visto como uma exposição de fragilidade das medidas econômica.
Haddad fala que não vê problema em mudar de rota e que foi necessário. Ao contrário da informação de que as medidas foram negociadas ou conversadas com o Banco Central, o blog apurou que o BC nunca esteve na negociação. E seus integrantes não são a favor da parte que foi anunciada e sofreu recuo. E ninguém na esplanada dos ministérios, apesar de sair em defesa do governo, acredita que será possível passar por esse episódio sem enorme desgaste.
“Foi um puxadinho”, resumiu o economista André Perfeito. Ele explicou que a correção horas depois passa falta de credibilidade. A economista Carla Beni disse ao blog que o recuo comunica coisas muito ruins. “A leitura é que o governo aumentou imposto e depois não segurou a pressão. Sob a ótica da comunicação é péssimo , demonstra fraqueza e suscetibilidade a pressões”, disse ao blog.
Os dois economistas entendem que essa instabilidade tira credibilidade e alimenta o desgaste que a oposição fará. “É um prato cheio para a oposição, economia e política num caso desse são indissociáveis”, disse André Perfeito ao Conexão Globonews. “O recuo foi inenarrável, quando eu vi o recuo depois do anúncio… isso descredibiliza tudo”, disse Carla Beni.
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