

Sargento da PM que matou esposa afirma não lembrar do crime – Foto: Divulgação/ND
Samir Carvalho, sargento da Polícia Militar que matou a esposa em uma clínica de Santos, participou da reconstituição do crime na quinta-feira (22). Ele foi levado até o local do assassinato e, em depoimento às autoridades policiais, relatou não lembrar detalhes do ocorrido.
A reconstituição levou cerca de 6 horas. Samir chegou ao local em uma viatura da PM, sem algemas, sob protestos e xingamentos de pessoas nas proximidades da clínica.
Apesar de alegar não lembrar do crime, Samir revelou ter escondido a arma nas calças. A afirmação derrubou a hipótese inicialmente levantada de que o sargento havia deixado a arma em uma das salas da clínica.
Ao todo, a investigação ouviu sete versões: a de Samir; a da secretária e médico da clínica; a de dois policiais que estavam na porta do estabelecimento; e de dois policiais que estavam próximos a uma viatura.

Samir Carvalho entrou na clínica usando casaco com capuz para não mostrar o rosto – Foto: Divulgação/R7/ND
A filha do sargento também deve ser ouvida. Ela foi preservada de participar da reconstituição por ser menor de idade. Samir deixou a clínica por volta das 14h30, sendo encaminhado ao Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, na capital paulista.
“Ele falou que não se recordava do ocorrido. Eu acho que não contribuiu muito porque ele não se recordava de nada, quase nada. Para mim, não houve contribuição alguma”, afirmou a delegada Deborah Perez Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, em coletiva de imprensa.
Segundo a delegada, os policiais que atenderam a ocorrência relataram que foram impossibilitados de agir imediatamente, pois a secretária da clínica ficou em frente à porta do médico. A conduta dos agentes é investigada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Fábio Perez Fernandez, promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo, também participou da reconstituição. Ele relatou que a reprodução simulada foi importante para a investigação.
“Toda a dinâmica do crime ficou mais clara hoje demonstram a frieza com que o acusado praticou esse crime, a premeditação do crime, que nos levam aí a ver que não há limites para a crueldade humana”, afirmou Fernandez.

Sargento da PM foi detido e encaminhado para a Delegacia da Mulher – Foto: Divulgação/ND
O advogado da família de Amanda, Claudino Vicente, afirmou que a vítima havia pedido divórcio dias antes do crime. Ela estaria sendo ameaçada por Samir desde então.
A defesa de Samir nega as ameaças e a separação do casal. O sargento da PM e Amanda tinham dois filhos e estavam juntos há dez anos.
Sargento da PM deu 51 facadas e 3 tiros na esposa, aponta laudo
Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que Amanda Fernandes levou 51 facadas e três tiros do seu marido, o sargento da Polícia Militar Samir Carvalho. O crime ocorreu no dia 7 de maio, em uma clínica médica de Santos, no litoral de São Paulo. A vítima morreu no local.
Na ocasião, o homem invadiu o estabelecimento e efetuou vários disparos, que atingiram a esposa e a filha. Em seguida, ele aplicou golpes com uma faca em Amanda. A filha, de 10 anos, foi levada a um hospital e ficou internada por seis dias. O sargento foi preso em flagrante.
Ele se encontra na condição de “agregado”, medida administrativa aplicada a policiais militares presos. Nessa situação, ele é considerado inativo, não tem direito a salário ou contagem de tempo de serviço.
Em resposta ao ND Mais, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Santos. O agente teve sua prisão convertida em preventiva pela Justiça.