
Uma adaga estranha com orbes em forma de testículos, descoberta em uma fortaleza medieval sueca, provavelmente oferecia força adicional ao seu portador para danificar a armadura dos oponentes, segundo arqueólogos. As informações são do Independent.
A arma do século 15, apelidada de “adaga fálica”, foi encontrada durante escavações na antiga fortaleza de Gullberg, em Gotemburgo, junto com outros artefatos como flechas de besta, balas de canhão e utensílios de cozinha.
Pesquisas arqueológicas estão sendo realizadas na fortaleza – rebatizada como Westgötha Leijon – desde 2014, devido à construção de uma nova estação de trem na linha Västlänken da Suécia.
Até agora, as escavações revelaram restos de casas medievais, muralhas, um portão da fortaleza, um poço e o porão de uma torre datados entre os séculos 14 e 17.
Segundo os pesquisadores, algumas partes da construção utilizavam pedra e tijolos, enquanto outras parecem ter sido feitas com rampas de terra e madeira. As primeiras fortificações teriam sido construídas como defesa contra castelos dinamarqueses-noruegueses nas proximidades, quando os dinamarqueses controlavam o Castelo de Älvsborg.

“Não esperávamos encontrar tanto quanto encontramos”, afirmou o arqueólogo Anders Altner, do Museu Histórico Nacional da Suécia.
Entre os novos artefatos descobertos estão canhões, pistolas, um relógio de sol de calcário, torneiras de barris de cerveja, uma colher de sopa e um curioso recipiente perfurado do tamanho da palma da mão, usado para espalhar areia sobre documentos e absorver o excesso de tinta.
Um dos objetos mais inusitados encontrados no local foi a chamada “adaga fálica”, nomeada por seu design sugestivo: um pomo em forma de pênis com duas esferas decorativas acima do punho.
Embora a lâmina de ferro esteja quebrada, o cabo de madeira feito de bétula encaracolada está em excelente estado de conservação.
Especialistas sugerem que a peça era usada de maneira condizente com seu formato provocativo. Eles também acreditam que o pomo único oferecia melhor empunhadura e força adicional para danificar armaduras inimigas.
O relatório mais recente traz novas informações sobre a vida dentro das fortalezas, incluindo o que se consumia em Gullberg, a partir da análise de cerâmicas — algumas importadas, outras produzidas na Suécia.
Os artefatos descobertos ajudam a contar a história de Gullberg, que originalmente funcionava como uma fortaleza de fronteira. Instalações defensivas continuaram sendo feitas no local até o século 19, e trechos preservados das muralhas ainda podem ser vistos ao longo da montanha, segundo os pesquisadores.
Alguns objetos, como flechas de besta do século 15 e balas de canhão do século 17, “atestam tempos turbulentos”, concluem os especialistas.