
Artesp informou ao órgão que as portas da plataforma entregues pelo Metrô ‘não atendiam integralmente aos quesitos de segurança previstos na especificação técnica de compra’. Companhia informou que vai prestar esclarecimentos ao TCE. Vão entre as portas da Linha 5-Lilás
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) deu o prazo de cinco dias para o Metrô prestar esclarecimentos sobre falhas de segurança nas portas da Linha 5-Lilás, onde um passageiro morreu após ficar preso entre as portas do trem e da plataforma.
Na semana passada, o conselheiro Dimas Ramalho havia cobrado explicações da ViaMobilidade, da Secretaria de Parcerias em Investimentos e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) sobre as circunstâncias da morte do passageiro Lourivaldo Nepomuceno e o sistema de segurança em uso na linha.
O novo despacho do conselheiro foi emitido na terça (20) e publicado no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (21).
Segundo o documento, a Artesp informou ao TCE-SP que as portas da plataforma entregues pelo Metrô “não atendiam integralmente aos quesitos de segurança previstos na especificação técnica de compra”.
Em suas justificativas, a Secretaria de Parcerias em Investimentos disse que foi identificado um vão entre a porta deslizante motorizada — a porta da plataforma — e a porta do trem e que as barreiras de segurança existentes se mostraram insuficientes. Essas falhas permitem que passageiros fiquem presos, aponta a pasta.
O governo estadual também informou que pelo menos quatro ocorrências de passageiros presos na porta da plataforma foram registradas entre 21 de dezembro de 2021 e 12 de julho de 2023.
Após os episódios, a administração estadual e o Metrô deram início a tratativas para buscar soluções para essas “inconformidades ocorridas no uso das portas de plataformas”.
Entretanto, segundo a Secretaria, após exaustivos contatos, obteve apenas respostas inconclusivas quanto aos estudos realizado pelos fabricantes das portas, além da inércia e morosidade em contribuir para a solução da questão.
Por conta das alegações, o TCE questiona o Metrô sobre os quesitos de segurança das portas das plataformas da Linha 5-Lilás. Também solicita cópia do contrato de fornecimento das portas das plataformas, o documento de entrega delas, relacionando os empregados e diretores do Metrô que atestaram o recebimento e conformidade desses equipamentos.
Procurado pelo g1, o Metrô informou que “vai prestar os esclarecimentos ao Tribunal de Contas do Estado”.
Passageiro fica preso entre a porta do trem da Linha 5-Lilás do Metrô e a porta da plataforma da estação Campo Limpo
Beatriz Backes/TV Globo
Morte do passageiro
O passageiro que morreu prensado no metrô era Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, que tinha 35 anos.
Morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, era casado e tinha três filhos. Ele trabalhava como repositor de supermercado e dava aulas particulares de natação, além de cursar educação física. Ele usava o metrô todos os dias para se locomover na cidade. O acidente aconteceu por volta das 8h, quando as plataformas da estação estavam cheias.
Como funcionam as portas do metrô
Arte/g1 Design