Prefeita anuncia internação involuntária de dependentes químicos em Balneário Camboriú

Dois agentes da abordagem social de costas ilustrando matéria sobre internação involuntária em Balneário Camboriú

Anteriormente, abordagem não poderia conduzir pessoas de forma involuntária na cidade. – Foto: Divulgação/Prefeitura de Balneário Camboriú/ND

Balneário Camboriú poderá fazer internação involuntária de dependentes químicos em situação de rua. A medida foi anunciada pela prefeita Juliana Pavan (PSD) em um vídeo publicado no Instagram na tarde desta terça-feira (20).

A ação faz parte, segundo Juliana, de um acordo feito entre o Município e o Ministério Público de Santa Catarina. A prefeita também comunicou que a internação estará amparada por um projeto de Lei Municipal que será encaminhado para a Câmara de Vereadores.

“A internação compulsória não é brincadeira e nem uma solução fácil. Mas ela é uma medida drástica para casos extremos e que terá acompanhamento técnico, orientação médica e da assistência social”, diz Juliana.

O acordo com o MPSC prevê outras medidas, como treinamento permanente para as equipes da abordagem, reinserção das pessoas em situação de rua para as famílias e para o mercado de trabalho, ampliação de vagas para comunidades terapêuticas e a ampliação da casa de passagem.

Internação involuntária em Balneário Camboriú já foi alvo do MP

Em junho de 2023, a cidade foi proibida por liminar obtida pelo MP de utilizar a Guarda Municipal na realização de abordagens sociais às pessoas em situação de rua e de forçá-las ao deslocamento e permanência na chamada “Clínica Social”, ou irem para outra cidade.

A medida foi obtida pela 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Balneário Camboriú em recurso – um agravo de instrumento – ao TJSC após ter o pedido feito em ação civil pública negado em primeiro grau.

Foto mostra pernas de pessoa em situação de rua sentada em um banco

Série de reportagens do ND Mais revelou agressões sofridas por pessoas em situação de rua na cidade.  – Foto: Leo Munhoz/ND

A ação foi ajuizada após a apuração, em procedimento administrativo, de notícias informando a condução forçada de pessoa em situação de rua para outra cidade e da abordagem de pessoas em situação de rua pela Guarda Municipal e condução à força – inclusive com uso de algemas – para “acolhimento” e avaliação no período noturno ou madrugada na chamada “Clínica Social”.

A série de reportagens do ND Mais “À sombra dos arranha-céus”  revelou algumas das denúncias de ameaça e agressão na conduta de internação involuntária de Balneário Camboriú.

 

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