Acusados de tentativa de golpe sabiam que eleição foi limpa, diz PGR

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Subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, destacou nesta terça-feira (20) que os acusados de tentativa de golpe sabiam que não houve fraude eleitoral – Foto: ROSINEI COUTINHO/STF/ND

Durante o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) que analisa a denúncia contra os 12 acusados de integrar o chamado núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado em 2022, a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, destacou nesta terça-feira (20) que “todos os integrantes da organização criminosa sabiam que não houve fraude eleitoral”.

Segundo a subprocuradora, o grupo – formado majoritariamente por militares da ativa e da reserva – participou ativamente do planejamento e execução das ações que visavam remover autoridades legalmente constituídas e instaurar um novo governo por meio da força.

“O núcleo 3 atuou como braço operacional da organização. Coube a eles a execução de ações coercitivas. Assim como o núcleo 4 ficou responsável pelos ataques virtuais, este núcleo foi incumbido das ações de campo, que envolviam o uso de violência”, explicou Cláudia Sampaio.

Entre os crimes atribuídos aos investigados estão tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

Três dos quatro “kids pretos” presos ano passado integram o núcleo 3 da suposta tentativa de golpe – Foto: Divulgação/ND

Conspiração para tentativa de golpe

De acordo com a PGR (Procuradoria-Geral da República), a conspiração teve início em uma reunião realizada na residência do general Braga Netto, em novembro de 2022, pouco após a eleição presidencial. A partir desse encontro, os acusados começaram a estruturar o plano golpista, adquirindo celulares e redigindo documentos com etapas detalhadas para a execução do golpe e estratégias para sua legitimação nacional e internacional.

O grupo denunciado inclui 11 militares e um agente da Polícia Federal. São eles:

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército)
  • Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel da reserva)
  • Estevam Theophilo (general da reserva)
  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel)
  • Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel)
  • Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel)
  • Nilton Diniz Rodrigues (general)
  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)
  • Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal)

Último grupo denunciado no inquérito por suposta tentativa de golpe

O núcleo 3 é o último grupo denunciado no inquérito que apura o planejamento e execução do plano golpista frustrado. O STF já aceitou, por unanimidade, as denúncias contra os núcleos 1 (dentre o grupo está Jair Bolsonaro), 2 (composto por integrantes da PRF) e 4 (formado por financiadores e apoiadores civis).

A expectativa é que, seguindo o padrão das decisões anteriores, a Corte acolha também esta última denúncia. Após isso, restará apenas a análise da acusação contra o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, ainda sem data definida para julgamento.

*Com informações de R7

 

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