Avião fica 10 minutos sem supervisão após copiloto passar mal e comandante ficar trancado fora da cabine


Incidente aconteceu em 2024 durante um voo da Lufthansa entre Frankfurt e Sevilha. O piloto havia deixado o comando para ir ao banheiro. Avião da companhia Lufthansa
Divulgação
Um avião da Lufthansa voou por cerca de 10 minutos sem supervisão após o comandante deixar a cabine para ir ao banheiro e, neste curto período, o copiloto sofrer um mal súbito.
O voo LH-1139 partiu de Frankfurt, na Alemanha, e pousaria em Sevilha, na Espanha. Havia 205 pessoas a bordo. Por conta da condição de saúde do copiloto, o avião fez um pouso de emergência em Madri. Cerca de 5 horas depois, concluiu a viagem.
O incidente aconteceu em 17 de fevereiro de 2024, mas os detalhes só foram divulgados na última quinta-feira (15), quando foi publicado o relatório da Comissão de Investigação de Acidentes e Incidentes de Aviação Civil da Espanha (CIAIAC) sobre o caso.
Segundo o relatório:
Às 10h31, o piloto se ausentou da cabine de comando por “necessidades fisiológicas”;
Antes disso, ele e o copiloto conversaram sobre as condições meteorológicas e a operação da aeronave. O copiloto parecia estar “atento” e respondeu normalmente;
Quando o piloto voltou do banheiro, às 10h39, inseriu a senha para reabrir a cabine. Ele não conseguiu entrar;
Ele disse que pensou que havia digitado o código errado. Tentou outras quatro vezes, sem sucesso;
Um tripulante tentou ligar para a cabine de comando, mas também não foi atendido. O piloto digitou o código de emergência;
Então, o copiloto, mesmo debilitado, conseguiu abrir a porta manualmente de dentro da cabine, às 10h42. Segundo o relatório, ele estava “pálido” e “suando”;
Os tripulantes e um passageiro, que era médico, prestaram os primeiros socorros. A suspeita era de que estava tendo um ataque cardíaco;
Neste momento, o piloto decidiu desviar o avião para pousar em Madri. O pouso aconteceu cerca de 20 minutos depois.
O copiloto foi atendido em solo e recebeu o diagnóstico de um possível transtorno convulsivo, uma condição que, até então, não tinha sido identificada em seus exames médicos de rotina. Ele possuía certificação válida e sem restrições para voar.
O relatório da CIAIAC destacou que a ausência de um segundo tripulante autorizado na cabine impediu o reconhecimento imediato da emergência e retardou a atuação do comandante.
Na época, a Lufthansa seguia diretrizes da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), que não exigem a presença de outro tripulante na cabine quando um dos pilotos se ausenta brevemente.
Como desdobramento do caso, a CIAIAC emitiu uma recomendação formal à EASA para que reavalie os procedimentos e considere obrigatória a permanência de duas pessoas autorizadas na cabine de comando durante todo o voo.
A medida, segundo o órgão, pode aumentar a segurança operacional e evitar riscos semelhantes em situações futuras.
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