Ubatuba confirma primeiro caso de febre Oropouche; entenda o que é a doença, sintomas e tratamento


A doença é transmitida por mosquitos e, segundo a prefeitura, era restrita à região Norte do país, mas começou a se expandir pelo Brasil. Alerta para disseminação da febre Oropouche
Flávio Carvalho/WMP/Fiocruz
A Prefeitura de Ubatuba confirmou, nesta quarta-feira (14), o primeiro caso de febre Oropouche na cidade. O estado de saúde do paciente não foi informado. Segundo o Ministério da Saúde, o Vale do Paraíba e a região bragantina registraram seis casos da doença neste ano – veja mais abaixo.
De acordo com a prefeitura, o caso confirmado é da zona norte da cidade, em área próxima a matas e com alta incidência do inseto vetor Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim, pólvora ou mosquito-pólvora.
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A febre Oropouche é causada por um vírus transmitido por esse inseto. Segundo a prefeitura, a doença era restrita à região Norte do país, mas começou a se expandir pelo Brasil, incluindo o estado de São Paulo, recentemente.
Os sintomas são parecidos com os de outras arboviroses, como dengue e chikungunya: febre, dor de cabeça, vertigem, dores musculares, náuseas, vômitos, diarreia e sensibilidade à luz.
Ainda segundo a Prefeitura de Ubatuba, os sintomas costumam ser leves, mas podem voltar depois de um período entre 7 e 14 dias.
“Como os sintomas se confundem com outras doenças transmitidas por mosquitos, é essencial que qualquer pessoa com suspeita procure imediatamente a Unidade de Saúde mais próxima”, alerta a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Alyne Ambrogi.
Casos de febre Oropouche na região em 2025
Bananal: 1
Caraguatatuba: 1
Cruzeiro: 1
Jacareí: 1
São Sebastião: 1
Ubatuba: 1
Os dados são disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
O que é a febre e quais seus sintomas
A Febre Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Depois de picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias. Quando esses mosquitos picam outra pessoa saudável, podem passar o vírus para ela.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem dois ciclos de transmissão:
Ciclo Silvestre: Neste ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
Ciclo Urbano: Aqui, os humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.
+ Oropouche: entenda origem, sintomas e tratamento
Ainda segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:
dor de cabeça,
dor muscular,
dor nas articulações,
náusea
e diarreia.
Doença não tem tratamento
O diagnóstico da Febre do Oropouche envolve uma avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. Além disso, todos os casos de infecção devem ser comunicados, pois a doença é de notificação obrigatória devido ao seu potencial epidêmico e capacidade de mutação, podendo representar uma ameaça à saúde pública.
Por isso, como clinicamente é difícil distinguir os seus sintomas com os da dengue, a vigilância epidemiológica (ações que promovem a detecção e prevenção de doenças) exerce um papel crucial no controle dos casos. O diagnóstico aumenta a suspeita clínica para outras doenças e permite uma análise laboratorial que pode revelar outras arboviroses, como a febre ou a dengue.
Embora a Febre do Oropouche (FO) possa causar complicações sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central, esses casos são raros.
Apesar disso, a FO NÃO possui tratamento específico – assim como a dengue.
O Ministério da Saúde recomenda que os pacientes descansem, recebam tratamento para os sintomas e sejam acompanhados por médicos.
E para prevenir a doença, são aconselháveis as mesmas medidas de prevenção à dengue:
Evitar áreas com muitos mosquitos, se possível.
Usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
Manter a casa limpa, eliminando possíveis locais de reprodução de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
Saiba os sintomas da Febre Oropouche
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