
Líder espírita morreu na noite de terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador. Nascido em Feira da Santana, segunda maior cidade da Bahia, Divaldo começou a ter visões aos quatro anos. Divaldo Franco
Reprodução TV Bahia
O líder espírita Divaldo Franco, que morreu na noite de terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador, teve uma infância complicada devido a mediunidade. Ele era o caçula de 12 irmãos e a família considerava suas visões “demoníacas”.
Ao longo da vida, o fundador da Mansão do Caminho, foi perseguido por um espírito obsessor, perdeu os movimentos da perna e ficou meses acamado. Nesta reportagem, o g1 traz curiosidades sobre a vida de Divaldo Franco, considerado um dos maiores médiuns da atualidade.
Início das visões
Quando Divaldo nasceu, a mãe, Anna, dele tinha 44 anos. Inicialmente, ela pensou que se tratava de “barriga d’água”, mas no consultório médico recebeu a notícia que esperava o 12º filho. O doutor recomendou que a gravidez fosse interrompida, pois havia o risco do menino nascer “anormal”, devido a idade já avançada da mãe.
Anna manteve a gravidez e ele nasceu em 1927, em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia. Segundo a biografia sobre o médium no site da Mansão do Caminho, aos quatro anos ele teve a primeira visão: uma mulher magra, de olhos verdes e roupa branca se apresentou como Maria Senhorinha e pediu que ele contasse para a mãe que ela havia aparecido.
Maria Senhorinha era o nome da avó de Divaldo, que a mãe dele não chegou a conhecer. Ao conversar com a irmã, Anna constatou que o filho não havia mentido e realmente tinha visto o espírito da mulher.
Surras e espírito obsessor
Os irmãos e o pai de Divaldo acreditavam que as visões que o menino tinha estavam relacionadas a algo demoníaco. Ele era recriminado pelas visões e até levava surras por causa delas.
As visões, porém, continuaram. Ao longo da infância, o médium tinha dificuldade para dormir devido aos “maus espíritos”. Quando tinha sete anos, um espírito obsessor passou a persegui-lo. Ao longo da vida, o médium teria descoberto que o espírito buscava vingança por desentendimentos em reencarnações passadas.
Morte do irmão e paralisia
Quando Divaldo tinha 17 anos, um dos seus irmãos, José, morreu devido a um aneurisma. Logo após a morte do irmão, o médium perdeu os movimentos das pernas e ficou cerca de seis meses acamado.
Os médicos não conseguiram identificar a doença e, desesperada, a família se consultou com uma médium conhecida como Dona Naná. Segundo ela, o espírito do irmão estava perturbado com a morte repentina e prendia-se as pernas de Divaldo. Após sessões de orações, Divaldo voltou a andar.
Doutrina espírita
Divaldo Franco
Mansão do Caminho
Após a cura da paralisia, Divaldo se aproximou de Dona Naná e foi apresentado ao espiritismo. Em 1945, ele se mudou para Salvador, onde em 1952, junto com Nilson de Souza Pereira, fundou a Mansão do Caminho, localizada no bairro de Pau da Lima.
A entidade acolhe e educa milhares de crianças que antes viviam em condições de miséria extrema.Na década de 1960, iniciou a construção de escolas, oficinas profissionalizantes e atendimento médico, transformando a entidade em um grande complexo educacional.
Autores espirituais
O médium também fez carreira como autor de mais de 250 livros, muitos deles psicografados a partir de histórias de diversos espíritos. O principal deles foi o espirito de Joanna de Ângelis, sua mentora.
A venda desses livros, além das palestras e workshops feitos por ele ajudavam a manter a Mansão do Caminho.
Filme biográfico
Lançado em 2019, “Divaldo: O Mensageiro da Paz”, aborda os principais momentos da vida do médium. O ator Bruno Garcia interpretou o médium na vida adulta. O longa também conta com Laila Garin e Regiane Alves.
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