Criança foi devolvida por pais adotivos em Arapiraca porque eles alegaram que ela era ‘malcriada’


Menino tinha 9 anos na época e ficou alguns meses com a nova família antes de ser devolvido. Decisão da Justiça determinou que casal deve pagar indenização à criança. Casos de devolução de criança após adoção são considerados incomuns. Quando acontecem, podem parar na Justiça
BBC/Getty Images
O casal que devolveu a criança após adoção, alegou que o menino era “malcriado” e por essa razão devolveram ele para o abrigo. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (12) pelo Ministério Público de Alagoas. O caso aconteceu em Arapiraca, região do Agreste do estado.
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Os pais adotivos foram condenados pela Justiça a pagar uma indenização de R$ 10 mil após desistirem de ficar com a guarda da criança quatro meses após a conclusão do processo de adoção.
Segundo o Ministério Público, a criança tinha 9 anos na época da adoção e vivia em um lar. O casal, com pretensão de construir uma família, se colocou na lista de adoção demonstrando interesse por ela. Homem e mulher faziam visitas ao menino e participavam de momentos de lazer nos finais de semana.
Após a realização de um estudo social foi comprovado que o casal estaria apto e sugerido que o processo de adoção fosse concluído em favor dos dos pais. O menino também externou o desejo de ser adotado pelo casal.
O casal passou a informar que o menino estava bem adaptado e que a relação entre eles estava sendo muito tranquila e afetuosa. Que a criança estava sendo bem cuidada, recebendo afeto e carinho, que havia sido matriculado em escola particular, sendo assistida em todos seus direitos. Tudo isso foi confirmado em um estudo social feito com a família em agosto de 2023.
Menino fugiu e foi devolvido mais uma vez
Após ser devolvido, a criança tentou fugir do abrigo onde estava para retornar à casa do casal. “Ele foi sozinho, à noite, e o casal sequer acolheu a criança por uma noite. Imediatamente o devolveram ao abrigo. Os traumas foram enormes”, contou a promotora de Justiça Viviane Farias.
Por conta das dificuldades de readaptação, a equipe técnica optou por transferi-lo para outra unidade de acolhimento. Hoje ele se encontra em outro local, está evoluindo, “mas ainda carrega muitas sequelas e traumas, que seguem sendo tratados com apoio psicológico”, disse a promotora.
O menino, que atualmente tem 12 anos, foi colocado novamente em um abrigo para adoção. Ele segue tendo acompanhamento psicológico.
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