Fraude no INSS: Lula reúne ministros e novo comando do instituto


Governo discute modelo para ressarcir aposentados e pensionistas que foram vítimas de descontos indevidos. Presidente viaja hoje à noite para Rússia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta terça-feira (6), no Palácio da Alvorada, ministros e o novo presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, para discutir a resposta do governo ao escândalo de descontos indevidos de aposentadorias e pensões.
Lula tenta fechar com a equipe o modelo de ressarcimento das vítimas do esquema revelado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Beneficiários do INSS dizem que descontos ilegais começaram antes de 2019
O presidente convocou a reunião para discutir o tema antes de viajar para Rússia e China — ele embarca na noite desta terça e retorna na próxima semana.
Segundo a agenda de Lula, foram convocados para a reunião:
Rui Costa, ministro da Casa Civil;
Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social;
Esther Dweck, ministra da Gestão;
Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais;
Vinicius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União;
Junior Divino Fideles, adjunto do Advogado-Geral da União,
Gilberto Waller Júnior, presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social.
O escândalo fez Lula trocar os comandos do INSS e do Ministério da Previdência. Alvo da operação, Alessandro Stefanutto foi substituído no INSS por Waller. Wolney foi escolhido para suceder Carlos Lupi, demitido do cargo de ministro. O INSS é vinculado ao Ministério da Previdência.
Nesta segunda (5), Waller afirmou que plano de ressarcimento está indo para a reta final. A ideia no momento é fazer a compensação de aposentados e pensionistas será feito via benefício do INSS.
O governo precisa definir, entre outros pontos, a origem dos recursos para ressarcir as vítimas e os critérios da fila para devolução do dinheiro descontado de forma indevida.
Fraude do INSS: duas associações investigadas, em Sergipe, foram criadas com documentos com assinaturas falsas, aponta perícia
Fantástico/ Reprodução
A operação
A operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema, conforme a investigação, teve início em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), e prosseguiu neste terceiro mandato de Lula. Entre 2019 e 2024, o prejuízo aos aposentados pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
Segundo a investigação, entidades sindicais que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização e descontavam mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
A operação apreendeu com os suspeitos diversos itens de valor, entre os quais dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari, joias, relógios de luxo e quadros.
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