Tesla busca substituto para Elon Musk, diz jornal


“Wall Street Journal” afirma que o conselho da montadora está em busca de um novo executivo-chefe por conta do envolvimento de Musk com o governo dos EUA. Tesla nega as informações. Elon Musk com bonés com as palavras ‘Golfo da América’ durante reunião de gabinete do governo Trump
REUTERS/Evelyn Hockstein
O conselho de administração da Tesla está em busca de um novo CEO para substituir Elon Musk no comando da montadora de carros elétricos. A informação foi dada pelo “Wall Street Journal”, citando fontes próximas às discussões.
Segundo o jornal, o conselho entrou em contato com empresas de recrutamento de executivos para encontrar um substituto para Elon Musk. A reportagem não cita se Musk, que também é membro do conselho, tem conhecimento da busca por um novo CEO.
O motivo para a troca seria o envolvimento de Musk com o governo de Donald Trump.
Musk disse no X que a reportagem era um “artigo deliberadamente falso”.
Nesta quinta-feira (1), Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, negou a reportagem do “WSJ”.
Ele chamou a reportagem de “absolutamente falsa” e disse, também no X, que o conselho da Tesla está “altamente confiante” na capacidade de Musk de “continuar executando o empolgante plano de crescimento à frente”.
Em um comunicado, o “Wall Street Journal” reafirmou que mantém as informações da reportagem.
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No início do pregão de quinta-feira, as ações da Tesla subiram 2,8% após as afirmações de Denholm.
Investidores ativistas há muito acusam o conselho da Tesla de falta de independência e de não controlar Musk.
Musk mudou de sua promessa de fazer uma nova plataforma de carros elétricos acessível para lançar táxis sem motorista e robôs humanóides, destacando o futuro da Tesla como uma empresa de IA e robótica em vez de uma montadora.
Grande parte da avaliação da empresa é baseada nessa visão e alguns investidores dizem que Trump ajudará a promovê-la.
As ações da Tesla vêm caindo há meses, já que suas vendas de veículos elétricos caíram nos EUA e na Europa em uma reação à sua adoção da política de extrema direita e à medida que os concorrentes começaram a conquistar participação de mercado com modelos mais novos.
O papel de Musk no governo Trump, supervisionando os esforços para cortar empregos federais, resultou em um ressentimento considerável nos EUA e em outros países, especialmente na Europa.
As vendas da Tesla caíram novamente em abril, com queda de 59% na França e 67% na Dinamarca em relação ao ano anterior.
O trabalho de Musk no Departamento de Eficiência Governamental de Trump tem sido amplamente impopular entre os americanos, e seu tempo longe da Tesla tem sido uma preocupação adicional para os investidores.
Musk disse na semana passada que reduziria significativamente o tempo que dedica ao governo Trump e passaria mais tempo administrando a Tesla.
Mas sua mudança política levou a protestos contra Musk e a empresa, bem como vandalismo em seus showrooms e estações de carregamento nos EUA e na Europa.
Os membros do conselho se reuniram com Musk e pediram que ele reconhecesse publicamente que passaria mais tempo na Tesla, segundo a reportagem do “WSJ”.
Alguns diretores da Tesla, incluindo o cofundador JB Straubel, têm se reunido com grandes investidores para tranquilizá-los de que a empresa está em boas mãos, disse o jornal.
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