Setor de máquinas e equipamentos fatura 15% a mais em 2025, mas alerta para aumento de importações


Com bom desempenho no mercado interno, receita líquida do setor atingiu R$ 67,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, segundo a Abimaq. Exportações acumulam baixa de 5,8%. Em Ribeirão Preto, SP, a Agrishow 2025 recebe lançamentos em máquinas e implementos para o campo
Érico Andrade/g1
As indústrias de máquinas e equipamentos faturaram R$ 67,5 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com uma alta de 15,2% com relação ao ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) na Agrishow, feira de tecnologia agrícola que acontece em Ribeirão Preto (SP).
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Em alta de 24%, somente o setor de máquinas e equipamentos agrícolas responde por R$ 15 bilhões no faturamento no mesmo período, o que corresponde a quase 25% das receitas líquidas totais.
Apesar do bom desempenho no mercado interno, analistas ponderam que parte do crescimento se deve a uma base de comparação reduzida, já que o setor teve três anos seguidos de queda. Além disso, alertam para um aumento no volume de importações de tecnologias de outros países.
A Abimaq representa em torno de 9 mil empresas de todo o país ligadas à indústria de transformação, que movimenta cerca de 10% do PIB nacional, e que representa desde setores como irrigação, armazenagem e máquinas agrícolas a automação industrial, equipamentos navais, indústria do plástico, têxtil, de cimento, mineração, fundição, construção civil, entre outros.
Indústria de máquinas agrícolas da região de Ribeirão Preto (SP)
Thiago Aureliano/EPTV
Mercado interno em alta, exportações em baixa
De toda a receita líquida atingida, R$ 51,6 bilhões foram de vendas destinadas ao mercado interno, com uma alta de 18% que, para a entidade, reflete bons desempenhos de setores como logística, construção civil e agricultura, mas ainda com uma retomada frágil nos investimentos.
Por outro lado, as exportações somaram US$ 2,7 bilhões (R$ 15,3 bilhões), em baixa de 5,8%, sobretudo por conta da retração na faixa de 30% para Estados Unidos, México, Canadá e Singapura, embora tenha havido mais negociações com América do Sul (12,9%), com destaque para Argentina, e Europa (16,4%).
Além disso, houve baixas em setores como máquinas para logística e construção civil (-26%), máquinas para petróleo e energia renovável (-7,9%) e máquinas para indústria de transformação (-11,8%).
Fabricantes de máquinas para bens de consumo, componentes e máquinas agrícolas, por sua vez, ajudaram a compensar essas baixas, com elevações no faturamento entre 2,5% e 17,2%.
Consumo aparente e aumento das importações
Em março, dos R$ 24 bilhões de receita líquida, R$ 18 bilhões foram por conta do faturamento obtido como mercado interno. Montante que ajudou a impulsionar quase R$ 34 bilhões de consumo aparente, que também considera o volume de importações, e que fechou com alta de 16,8%.
A elevação, no entanto, também preocupa, porque também subiu o quanto se gastou com tecnologias estrangeiras. No primeiro trimestre, as importações avançaram 30% em faturamento e ocupam quase a metade do consumo de máquinas do país, o que, segundo os especialistas, evidencia uma dificuldade das indústrias brasileiras em concorrer com outras nações.
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