
Nesta sexta-feira (25), o ex-deputado federal norte-americano George Santos foi condenado a 7 anos e três meses de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade agravado.
A sentença foi proferida pela juíza federal Joanna Seybert, no Tribunal Distrital do Leste de Nova York, com sede em Islip.
Santos, de 35 anos, é filho de imigrantes brasileiros e foi eleito em 2022 pelo Partido Republicano para representar partes de Long Island e Queens na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
A condenação decorre de um acordo de confissão firmado com o Departamento de Justiça dos EUA em agosto de 2024.
Santos admitiu ter desviado recursos de sua campanha eleitoral, cometido fraude com cartões de crédito e acessado benefícios públicos de forma indevida durante a pandemia de Covid-19.
A promotoria apresentou evidências de que o ex-deputado utilizou dados de doadores sem autorização para realizar cobranças indevidas e empregou o montante arrecadado em despesas pessoais, incluindo a compra de roupas de grife e pagamento de dívidas pessoais.
A sentença inclui também o pagamento de aproximadamente US$ 580 mil em multas e restituições. O Ministério Público solicitou pena mínima de sete anos e três meses de prisão, que foi acatada pela juíza. A defesa havia pedido uma condenação inferior a dois anos, argumento que foi rejeitado.
Ex-deputado foi expulso
George Santos foi expulso do Congresso em 1º de dezembro de 2023 por 311 votos a favor e 114 contrários. Ele foi o primeiro congressista republicano a perder o mandato sem uma condenação criminal prévia.
Na ocasião, enfrentava 23 acusações formais, entre elas lavagem de dinheiro, fraude em relatórios de campanha e apropriação indevida de recursos. A tesoureira da campanha, Nancy Marks, também se declarou culpada por participação nas fraudes.
Santos declarou ter forjado partes de seu currículo acadêmico e profissional, incluindo passagens por instituições como a Universidade de Nova York e o banco Goldman Sachs.
Nenhuma dessas informações foi confirmada. Em 2023, a revelação de inconsistências levou à abertura de investigações formais pelo Comitê de Ética da Câmara.
Estelionato no Brasil

O ex-deputado também enfrentou um processo por estelionato no Brasil. Em 2008, ele utilizou cheques furtados para comprar roupas e sapatos em Niterói (RJ).
Em 2010, confessou o crime, mas o processo foi suspenso por não ter sido localizado pelas autoridades. Em 2023, firmou um acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pagou R$ 24 mil, o que resultou na extinção da ação penal.
A juíza Joanna Seybert declarou, durante a audiência de sentença, que Santos demonstrou ausência de responsabilidade sobre os crimes cometidos. A defesa informou que pretende recorrer da condenação.