Salto de Pirapora usa mosquitos geneticamente modificados no combate à dengue; entenda como funciona a técnica


Ao contrário dos mosquitos fêmeas, os mosquitos machos não picam os seres humanos e não transmitem a doença. Salto de Pirapora usará mosquitos geneticamente modificados no combate à dengue
Salto de Pirapora (SP) iniciou uma ação inovadora no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A cidade passou a utilizar mosquitos geneticamente modificados para reduzir a população do vetor de forma sustentável e sem impacto ao meio ambiente.
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Os ovos do mosquito são colocados em recipientes e, com a adição de água, geram larvas que darão origem apenas a machos. Esses machos entram em contato com a natureza e causam um desequilíbrio no surgimento de fêmeas, que, ao nascerem, logo morrem.
“Esses mosquitinhos que saem de dentro da caixa são apenas mosquitos machos, que contêm a tecnologia autolimitante. Ela faz com que o mosquito, pela própria natureza, encontre a fêmea e, nesse caso, cruze. Desse cruzamento, nascem apenas mosquitos machos”, explica a bióloga Luciana Medeiros.
Salto de Pirapora usará mosquitos geneticamente modificados no combate à dengue
Reprodução/TV TEM
A cidade mapeou os locais com os maiores índices de focos do mosquito da dengue e vai distribuir as caixas para que os mosquitos realizem o controle. Equipes da prefeitura serão responsáveis por deixar tudo pronto para os moradores.
Cada caixa produz de 300 a 400 mosquitos, que se renovam a cada mês. Uma outra observação é que os mosquitos machos não picam seres humanos, ao contrário das fêmeas, que precisam do sangue para sobreviver.
Segundo a prefeitura, serão investidos mais de R$ 50 mil na contenção do mosquito, que já matou duas pessoas no município.
Outras cidades já aplicaram essa tecnologia, como Indaiatuba (SP), que teve uma redução de 95% na quantidade de larvas do mosquito. Toda essa ação tem a regulamentação da CTNBio, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Ele é regulamentado pela CTNBio, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Toda a liberação comercial é feita por esse órgão”, explica Luciana.
Apesar de ser inovadora, a tecnologia só funciona com o apoio da população, conforme alerta a secretária de Saúde do município, Cássia Queiroz. Para que seja eficaz, os moradores devem evitar acúmulo de água parada nos ambientes, manter limpas as vasilhas de água dos animais e colocar areia nos vasos de plantas.
“Pedimos o apoio da população, que mantenha os quintais limpos. Nós estamos fazendo o possível para manter os locais organizados e impedir a proliferação do mosquito”, finaliza.
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