
As visitas do Papa João Paulo II ao Brasil deixaram marcas não apenas espirituais, mas também urbanas em duas das principais capitais do país. Em Vitória (ES) e em Belo Horizonte (MG), as passagens do pontífice inspiraram a criação ou renomeação de praças que se tornaram cartões-postais e pontos de encontro para moradores e turistas: as chamadas “Praça do Papa”.
Os locais contam com monumentos históricos como o Memorial da Paz e a Cruz Reverente.
Praça do Papa no Espírito Santo

Inaugurada em 2008, a Praça do Papa em Vitória é uma ampla esplanada com cerca de 67 mil m², situada na Enseada do Suá.
O local oferece bela vista da baía da capital do Espírito Santo e ficou conhecido por esse nome após a passagem do Papa João Paulo II pela cidade, em 19 de outubro de 1991. O pontífice celebrou uma missa na praça na época, diante de cerca de 200 mil pessoas.
O terreno onde hoje está a praça era conhecido como Aterro do Suá, resultado de um projeto de urbanização iniciado ainda no século XIX. O aterro, realizado em 1971, não foi sanitário, mas sim uma grande intervenção para expandir o território urbano da capital capixaba.
O espaço, anteriormente usado para shows e eventos religiosos, ganhou nova vida com a construção da praça, que celebra a passagem do líder da Igreja Católica e seu forte apelo pela paz e pela vida durante a homilia daquele dia.
Quem visitar a praça vai perceber a presença da Cruz Reverente, que foi criada pelo escultor grego Iannis Zavoudakis. O monumento foi construído por uma cruz de aço que parece estar se curvando para baixo. Outra simbologia presente no monumento é uma pomba branca, que significa o Espírito Santo.
Além da Cruz, há também uma Rosa dos Ventos desenhada no chão , que está na posição geográfica da ilha como norte de navegação e traz uma esfera de inox ao centro.
Outro ponto importante é o Monumento dedicado à paz, contendo a palavra Paz em diversos idiomas.
Praça Israel Pinheiro, em Belo Horizonte

Já em Belo Horizonte, a então Praça Israel Pinheiro passou a ser popularmente conhecida como Praça do Papa após a histórica visita do Papa João Paulo II em 1º de julho de 1980 — a primeira de um pontífice à capital mineira.
Localizada aos pés da Serra do Curral, no bairro das Mangabeiras, a praça foi escolhida para a celebração da missa que reuniu cerca de dois milhões de pessoas.
Segundo o site Praça do Papa, o pontífice emocionou os presentes com a seguinte frase: “Vocês podem olhar as montanhas atrás e dizer belo horizonte. Vocês podem olhar a cidade à frente e dizer belo horizonte. Mas, sobretudo, quando se olhar para vocês, se deve dizer: Que Belo Horizonte!”.
A repercussão foi tamanha que a praça passou a ser identificada com o nome do pontífice, culminando na construção do “Monumento à Paz”, inaugurado em 1983 no local do altar.
Em 2007, o local recebeu um “cemitério simbólico” feito pela ONG Viva Rio como forma de protestar contra as mil e oitocentas mortes violentas ocorridas no estado no primeiro semestre daquele ano.
Desde então, o espaço se tornou um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte, sendo palco de eventos culturais, manifestações e, eventualmente, também de polêmicas, como os bailes funks que geraram conflitos com a vizinhança na década de 2010.