
Lourane da Silva Muniz, de 30 anos, alega que insultos começaram após um caminhoneiro e o ajudante dele perceberem que ela anotava a placa do veículo estacionado em local proibido. O caso foi registrado como injúria e ameaça no 1° DP de Registro (SP). Funcionária de estacionamento rotativo sofre ofensas homofóbicas em Registro
Uma mulher, de 30 anos, alega ter sido vítima de ofensas homofóbicas ao ser chamada de “sapatão do c*ralho” enquanto trabalhava como orientadora de estacionamento em Registro, no interior de São Paulo. Ao g1, Lourane da Silva Muniz disse que os insultos começaram após um caminhoneiro e o ajudante dele perceberem que ela estava anotando a placa do veículo estacionado em local proibido.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp.
Imagens gravadas por uma testemunha, obtidas pelo g1 nesta segunda-feira (21), mostram a confusão que ocorreu na Avenida Jonas Banks Leite, no Centro (assista acima).
Lourane relatou que trabalha como orientadora para a empresa responsável pelo estacionamento rotativo da cidade e, na ocasião, estava anotando a placa do caminhão que havia estacionado em uma das vagas na avenida para controlar o tempo de tolerância.
“É de costume, da minha rotina”, afirmou a mulher.
No entanto, segundo o relato, a funcionária foi surpreendida quando o caminhoneiro questionou se ela estava registrando a placa do veículo. “Nessa, ele já começou a me ofender me chamando de arrombada, de lixo”, afirmou a vítima.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso ocorrido na quarta-feira (16) foi registrado como injúria e ameaça no 1° DP de Registro, onde a autoridade policial atua para esclarecer os fatos. O g1 não localizou os acusados até a publicação desta matéria.
Confusão ocorreu no Centro de Registro
Reprodução
‘Sapatão do c*’
Segundo Lourane, o homem alegou que a vaga pertencia à farmácia, mas ela negou e tentou explicar que não era uma notificação e que ele poderia ficar no local por determinado tempo de tolerância. Apesar disso, de acordo com a vítima, ele não parou com as ofensas.
Lourane afirmou que chegou a questionar o motivo das agressões verbais e, neste momento, o ajudante do caminhoneiro também começou a gritar com ela. Ela ficou com medo de ser agredida e, por isso, colocou a mão no peito do homem para evitar que ele chegasse perto.
“Ele falou: ‘Quer dar uma de macho? Sua sapatão do c*, teve um momento que disse que tinha nojo, que não gostava desses tipos de animais”, lamentou a mulher.
De acordo com Lourane, um pedestre precisou intervir na confusão, pois o homem estava agressivo. “O motorista ficou me chamando de nóia e marginal, não sei se é pelo meu jeito de vestir, não sei o que veio na cabeça dele”, relembrou.
Ela relatou que se sentiu mal com a situação e também com a repercussão do caso, que gerou comentários negativos. “O povo acha que pelo fato de eu ser funcionária da Zona Azul, sou uma pessoa mal criada e é totalmente ao contrário”, relatou.
A mulher garantiu que sempre prezou pelo respeito dentro da profissão e, por isso, trata as pessoas com educação. “Vou falar no mesmo tom que você falar comigo. As pessoas não entendem que eles vieram para o meu lado com agressão verbal, então eu tentei me defender, estava coagida”, finalizou.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos