Carlos Bolsonaro: conheça o filho ‘barulhento’ de Bolsonaro

Carlos Bolsonaro

Vereador Carlos Bolsonaro do Rio de Janeiro – Foto: Renan Olaz/CMRJ

Carlos Bolsonaro, 42 anos, conhecido como filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e atuante nas redes sociais, cumpre o sétimo mandato como vereador no Rio de Janeiro. Nas eleições municipais de 2024, o filho “02” foi o vereador mais votado da cidade, conforme dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Quem é Carlos Bolsonaro?

Carlos Nantes Bolsonaro nasceu em 1982, no município de Resende, no estado do Rio de Janeiro. Ele e os irmãos Flavio e Eduardo são filhos de Jair Bolsonaro, frutos do primeiro casamento com Rogéria Bolsonaro.

O “02”, como é chamado pelo ex-presidente, é formado em Ciências Aeronáuticas e foi o primeiro filho de Bolsonaro a entrar para a política. Foi eleito pela primeira vez para a Câmara em 2000, aos 17 anos, e assumiu em janeiro de 2001, com 18 anos recém-completados.

Em entrevista à jornalista Leda Nagle no Youtube, Carlos afirmou que, diferentemente dos filhos dos outros oficiais, ele e seus dois irmãos Flávio e Eduardo, este deputado federal por São Paulo, nunca conseguiram ter a educação básica em colégios militares. Segundo ele, “os militares da época dificultaram que isso acontecesse”.

Da esquerda para a direita: Carlos, Jair e Flavio Bolsonaro – Foto: Foto: Arquivo pessoal/Carlos Bolsonaro/ND

Ainda segundo ele, o fato dos oficiais superiores não permitirem a entrada nas escolas militares era uma forma de retaliação a seu pai, por ter confrontado os superiores na época exigindo melhores salários. Flávio é senador pelo Rio de Janeiro.

Em 2024, Carlos foi eleito para o sétimo mandato com 130.480 votos, sendo o vereador mais votado da cidade do Rio de Janeiro. Assim, Carlos bateu o próprio recorde, que era de 2016, quando ele foi escolhido por 106.657 eleitores, conforme o TSE.

Durante os mandatos frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlos integrou diversas comissões, entre elas a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da qual foi presidente em 2009. Também foi líder do PP (Partido Progressista) em 2003 e 2006 a 2008, e líder do PTB de 2003 a 2004.

Carreira política e papel na comunicação digital da família

Como vereador, Carlos teve duas leis de destaque aprovadas: uma emenda à Lei Orgânica que extinguiu o voto secreto nas discussões da Câmara e a lei que instituiu o Banco Municipal de Recolhimento de Cordão Umbilical para tratamento de doenças em recém-nascidos.

Na atuação na Câmara, Carlos é conhecido pela oposição a projetos que considera contrários aos valores “da família”, como iniciativas sobre diversidade de gênero, e por defender o movimento Escola sem Partido, alinhado aos princípios do pai.

O vereador Carlos Bolsonaro (PL) – Foto: Foto: Renan Olaz/CMRJ/ND

Mas a fama a nível nacional aconteceu durante a primeira campanha presidencial do pai, Jair Bolsonaro. Carlos se licenciou do cargo de vereador para se dedicar à campanha, prorrogando a licença inclusive após a eleição para auxiliar na transição de governo.

A dedicação do vereador foi vista como fundamental para a vitória do pai na Presidência. Foi pelas redes sociais que Bolsonaro conduziu a campanha – tinha apenas oito segundos no rádio e na televisão.

Em entrevista à rádio Jovem Pan em 2018, o então presidente Jair Bolsonaro atribuiu ao filho Carlos o mérito da eleição e o sucesso da campanha eleitoral. Bolsonaro afirmou que Carlos foi quem iniciou a campanha nas redes sociais e foi o precursor delas durante todo o processo eleitoral.

Em janeiro de 2024, Carlos e Eduardo Bolsonaro lançaram um curso para candidatos das eleições. Lá, Carlos contou que desde 2009 está à frente das redes sociais do ex-presidente Jair Bolsonaro, casado com Michelle Bolsonaro, e contou estratégias utilizadas durante a campanha do pai.

Envolvimento em polêmicas e investigações

A carreira política de Carlos Bolsonaro tem sido marcada por uma série de polêmicas e investigações. Um dos primeiros casos a ganhar visibilidade foi a investigação sobre a suposta existência de funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara, conhecida como “rachadinha”. O MPRJ apura se houve desvio de recursos públicos através da retenção de parte dos salários de assessores.

Mais recentemente, o nome de Carlos Bolsonaro surgiu com força nas investigações sobre o suposto uso da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para fins de espionagem ilegal durante o governo do pai. A PF deflagrou a Operação Vigilância Aproximada em janeiro de 2024, tendo o vereador como um dos alvos de mandados de busca e apreensão.

Além das investigações, Carlos Bolsonaro coleciona diversas polêmicas como vereador e nas redes sociais. No primeiro ano de governo do pai, em 2019, Carlos provocou uma crise no Planalto ao chamar de mentiroso o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno.

Carlos Bolsonaro

Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro – Foto: Foto: Reprodução/Facebook/ND

Carlos também direcionou ataques ao então vice-presidente Hamilton Mourão, a quem acusou de traição e de trabalhar contra o governo de Jair Bolsonaro.

O vereador também criticou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no caso da prisão de um militar da Aeronáutica flagrado com 39 kg de cocaína na Espanha, durante viagem da comitiva presidencial. “Mais uma falha de segurança. Seria bom a segurança do Presidente ficar mais atenta”, escreveu no Twitter.

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