Ibama e Ministério Público investigam casos de turistas mordidos por peixes em um balneário de Bonito (MS)


Segundo a Secretaria de Saúde de Bonito, foram 14 registros de janeiro a março. O local chegou a ser interditado. Ibama e MP investigam casos de turistas mordidos por peixes perto de Bonito (MS)
O Ibama e o Ministério Público estão investigando casos de turistas mordidos por peixes em um balneário de Bonito – uma das atrações turísticas mais importantes de Mato Grosso do Sul.
Os fiscais do Ibama estiveram no balneário da Praia da Figueira depois que peixes morderam diversos banhistas. Segundo a Secretaria de Saúde de Bonito, foram 14 registros de janeiro a março. O local chegou a ser interditado em março pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e reaberto parcialmente na semana passada com telas separando os banhistas dos peixes.
Os fiscais usaram drones e também mergulharam no lago artificial. Eles vão produzir um laudo técnico que explique o motivo dos incidentes. Se for constatada a presença de espécies exóticas, os donos do local podem sofrer processo administrativo, autuação e ordem para retirada dos peixes. Segundo os fiscais, duas espécies da Bacia Amazônica podem ser as responsáveis pelas mordidas.
“O tambaqui e o tambacu são espécies exóticas para a bacia do Rio Paraguai, e elas não podem ser criadas aqui nesse sistema que é o sistema de atrativo turístico. Então, elas não podem estar localizadas aqui”, diz Fabiane Souza, analista ambiental do Ibama.
Os especialistas temem que as espécies exóticas possam se tornar um problema para toda a região.
“É um peixe de dentição muito forte. Você pode ter um peixe não nativo, que não ocorre naturalmente, entrando nas nascentes nos rios, como Formoso, que está colado aqui. E aí você teria, então, um problema de uma invasão em um ambiente natural e isso incorreria em uma série de problemas de cunho ecológico, pressionando as espécies nativas”, afirma o biólogo José Sabino.
Ibama e Ministério Público investigam casos de turistas mordidos por peixes em um balneário de Bonito (MS)
Jornal Nacional/ Reprodução
O Ministério Público também abriu um procedimento.
“Se constatado que aqueles peixes estão de forma irregular, sem autorização dos órgãos ambientais, o Ministério Público pode ingressar com uma ação civil pública pedindo o fechamento do atrativo e a retirada daqueles peixes do local”, afirma o promotor de Justiça Alexandre Estuqui Júnior.
Os representantes do balneário afirmam que os turistas muitas vezes não seguem as regras de segurança e negam que tenham introduzido peixes exóticos na região.
Repórter: Houve uma introdução de espécies que não poderiam, de espécies que não são nativas, que são exóticas?
“Não. Na maioria dos casos, o próprio cliente relatou que estava dando alguma comida, o que é proibido. Hoje, a gente tem placas instruindo. A gente entrega um panfleto na entrada com várias regras, uma delas é de não alimentar os peixes, mas o que acaba ocorrendo”, diz Alex Kossmann, gerente do atrativo.
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