

As etapas da criação do robô, que foi projetado para escalar uma gaiola a poucos centímetros do chão e permanecer pendurado – Foto: Divulgação/ND
Com o objetivo de aprender e testar novas tecnologias na educação, um grupo de estudantes do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) conquistou a etapa nacional da First Robotics Competition, parte do Torneio Sesi de Robótica, disputado no início de março, em Brasília.
Agora, a equipe FRC 5800 – Magic Island Robotics, do campus de Florianópolis, que tem como logomarca uma tainha raivosa, se prepara para um novo desafio: disputar o torneio mundial Championship, entre os dias 16 e 20 deste mês, em Houston, nos Estados Unidos.
Os estudantes do IFSC construíram um robô de 51 kg e 1,30 metro de altura, que compete na categoria porte industrial. Durante os embates da etapa nacional, que contou com 59 times, o intuito do jogo era projetar ecossistemas marinhos mais sustentáveis.
Para isso, os robôs foram programados para atividades que incluíam a remoção de algas do recife, representadas por bolas, e a inclusão de corais, simbolizados por canos — a pontuação era calculada de acordo com os desafios.
Trinta e dois estudantes do IFSC participam da equipe
O grupo de Florianópolis é formado por um professor coordenador, seis monitores (ex-integrantes da equipe) e 32 estudantes do IFSC que estão no ensino médio técnico. As preparações começaram no início do ano, quando foi anunciado o tema Reefscape.
“Esses estudantes abdicaram das férias para passar os dias em uma salinha dentro do IFSC, estudando maneiras de melhorar o robô”, explica o professor coordenador, Carlos Henrique Radavelli.
“Ganhar a competição nos dá uma sensação de dever cumprido e nos estimula a continuar divulgando robótica e acreditando nas melhorias que ela pode nos trazer”, complementa.

Parte dos 32 estudantes da equipe que vai para o mundial Championship, nos Estados Unidos – Foto: Divulgação/ND
A preparação para a competição teve como base três pilares: tempo, estratégia de jogo e materiais, como conta a aluna do ensino médio em técnico em edificações Helena Lolatto.
“Tivemos menos de três meses para construir um robô de grande porte, e os materiais para a execução são escassos devido à falta de verba. Por isso, temos que planejar estrategicamente como vamos conseguir uma boa pontuação, de acordo com as limitações”, conta a jovem.
Estratégia da equipe dos estudantes do IFSC
Com uma organização que contempla as áreas de engenharia, programação, marketing, gestão competitiva e gestão integrada, neste ano a estratégia adotada para ganhar a fase nacional teve como eixo a batalha final.
“Projetamos o robô para que cumprisse o desafio mais complexo: escalar uma gaiola a poucos centímetros do chão e permanecer pendurado até o fim”, diz o estudante de engenharia mecatrônica e mentor Guilherme Bandeira.
“Na arena, o robô cumpriu as expectativas, deixando todos satisfeitos com o trabalho realizado durante os últimos meses”, afirma Guilherme.

Estudantes do IFSC abdicaram das férias para construir robô – Foto: Divulgação/ND
Vaquinha para a viagem dos estudantes do IFSC
Agora, a equipe precisa arrecadar fundos para viabilizar a viagem aos Estados Unidos. Interessados em apoiar o projeto podem acessar o Instagram (@frc5800) ou doar no vakinha.com.br/5422049.
Uma década de história
Criada em 2015, a Magic Island Robotics conta com um processo seletivo para novos integrantes, processo estruturado em três fases, incluindo testes de conhecimento e a construção de um robô em grupo.
Na visão da estudante Helena Lolatto, essa é uma conquista para ser celebrada por todos aqueles que já fizeram parte do projeto.
“Sentimos um orgulho imenso e uma realização inigualável por essa conquista, resultado de anos de esforço coletivo. Muitos dos nossos alunos saíram da equipe sem conseguir vivenciar essa conquista.”