Quem é mulher que imobilizou suspeito de assediar sexualmente sua amiga em Joinville

Rebeca Lima precisou usar seu conhecimento em jiu-jitsu, adquirido ao longo de oito anos, para imobilizar um homem suspeito de assediar sexualmente sua amiga em Joinville, no Norte catarinense. O caso, que aconteceu em 4 de abril, foi registrado em vídeo e tomou conta da internet devido à sua determinação e força.

Quem é mulher que imobilizou suspeito de assediar sexualmente sua amiga em Joinville (SC)

Rebeca Lima imobilizou suspeito de assediar sexualmente sua amiga em Joinville – Foto: Reprodução/Internet/ND

Quem é mulher que imobilizou suspeito de assediar sexualmente sua amiga

Rebeca, chamada de Beka por amigos e familiares, tem 35 anos e atua como gerente administrativa em uma empresa no bairro América, na região central de Joinville.

Desde 2017, ela pratica jiu-jitsu e afirma que o esporte a salvou em um momento de tristeza. “Eu perdi o meu pai no final de 2017. E a perca dele fez muito mal para mim. Então eu procurei um esporte que eu pudesse descontar a minha energia” relata.

Com quase oito anos de treinos, Rebeca conquistou a faixa azul no esporte, que, atualmente, é a sua paixão e o único que pratica. Ela afirma que a modalidade continua a auxiliando no controle da ansiedade e estresse.

Uso das técnicas do jiu-jitsu fora do tatame

Rebeca conta que a primeira vez que utilizou os aprendizados do esporte fora do tatame foi para defender sua amiga. “Graças a Deus nunca tinha sofrido um assédio ou presenciado algo do tipo”, diz.

Quando precisou entrar em ação, no entanto, Rebeca estava preparada. Ela foi a responsável por aplicar um mata-leão no suspeito até a chegada da polícia.

Com quase oito anos de treinos, Rebeca conquistou a faixa azul no esporte

Com quase oito anos de treinos, Rebeca conquistou a faixa azul no esporte – Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/ND

Importância do esporte para as mulheres

Rebeca defende o ensino das artes marciais desde a educação básica, para que meninas e mulheres aprendam a se defender de assédios e situações perigosas.

“Eu acho muito importante a mulher saber uma arte marcial para se defender de um abuso físico, de um agressor, uma violência sexual, uma violência dentro de casa, do feminicídio”, diz.

“Para a gente não passar por nenhum constrangimento, nenhum assédio ou importunação. Como diz o ditado: ‘melhor saber e não precisar, do que precisar e não saber’”, garante.

Relembre caso de assédio em Joinville

Rebeca conta que o dia 4 de abril de 2025 foi o segundo dia consecutivo que o assédio aconteceu com sua amiga de trabalho. Ela relata que, quando a colega saiu do ambiente de trabalho para fumar, no dia 3, o suspeito passou por ela na calçada e passou a mão em sua bunda duas vezes.

“Hoje, quando ela me relatou isso, convidei ela para irmos lá fora, por volta das 9h30. Quando ele estava vindo, ela falou: ‘lá vem ele’. Chamei um especialista que trabalha conosco e coloquei ele onde ela estava, e tirei ela da visão dele [do suspeito]”, relata Rebeca.

Em seguida, ela conta que o homem desviou deles e seguiu caminho pela calçada. Os amigos, então, voltaram para dentro da unidade onde trabalham. Cerca de uma hora depois, eles voltaram no local.

“Ele veio novamente, pelo mesmo caminho, pela mesma rua. Eu falei para ela: ‘agora você fica onde está’. Ele não respeitou nem eu, nem o rapaz que estava presente novamente, e passou a mão na bunda dela de novo”, conta.

Após o assédio, Receba chamou o homem e perguntou se ele teria algum “problema”, pois já era a terceira vez que ele passava a mão na bunda de sua amiga. “Ele falou assim: ‘se ela não quisesse ser encostada ela que saísse do meio da rua’”, relata.

O colega de trabalho das mulheres chamou o suspeito de mal educado. O homem imediatamente desferiu um soco no rosto e no ombro do rapaz. “Nisso eu imobilizei, joguei ele no chão e chamamos a polícia”, afirma Rebeca.

O momento foi registrado por pessoas que passavam pelo local. No vídeo, o homem aparece contrariado. Ele diz que não assediou a mulher e que Rebeca estaria o “afogando” com o mata-leão.


Caso será investigado pela Polícia Civil – Vídeo: Reprodução/ND

Ela, no entanto, afirma que o manteria preso até a chegada da polícia. Pessoas presenciaram a cena também ajudaram Rebeca a segurar o suspeito no chão.

Denunciado após assédio

Quando a polícia chegou, o homem foi encaminhado à delegacia. Rebeca e sua amiga também foram até o local prestar depoimento e registrar um boletim de ocorrência.

O homem permaneceu preso durante sete dias, até pagar a fiança e ser liberado na última quinta-feira (10). O caso, entretanto, segue em investigação.

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