Pesquisa sugere que até mesmo pequenos traços de drogas no ambiente podem alterar o comportamento animal de maneiras que podem moldar sua sobrevivência e sucesso na natureza. Uma pesquisa descobriu que o ansiolítico usado por humanos e descartado nas águas do mar e rios pode estar modificando o comportamento dos peixes.
Pesquisas recentes mostram que a água do mar e de rios está cada vez mais contaminada com substâncias utilizadas por humanos:
Um estudo da USP encontrou componentes de cocaína, remédios e cafeína na água.
No Rio de Janeiro, pesquisadores identificaram a presença de cocaína em peixes, resultante da urina humana que chega às águas por meio do esgoto.
Entre os medicamentos mais encontrados estão os ansiolíticos. Diante disso, pesquisadores da Suécia decidiram investigar quais seriam os efeitos dessas substâncias no organismo dos peixes. O resultado do estudo foi publicado nesta quinta-feira (10) na revista Science.
Para a pesquisa, eles utilizaram implantes nos peixes que liberavam lentamente três combinações diferentes:
clobazam, um ansiolítico;
tramadol, um analgésico opioide;
e uma combinação dos dois medicamentos.
A espécie analisada foi o salmão-atlântico, típica da Europa. A ideia do implante era simular, no corpo dos peixes, a mesma concentração dos medicamentos encontrada na água.
Ao monitorar os filhotes por um ano, os pesquisadores descobriram que os peixes expostos ao ansiolítico migravam do rio para o mar em uma velocidade maior do que o normal.
➡️ Além disso, apresentaram mudanças no comportamento social: passaram a evitar cardumes mesmo diante de predadores, o que reduz suas chances de sobrevivência.
Embora, à primeira vista, migrar mais rapidamente pareça um benefício, os cientistas alertam que isso é motivo de preocupação. O ciclo migratório existe justamente para impedir que os peixes deixem o rio rumo ao mar em períodos inadequados — quando, por exemplo, há muitos predadores ou as condições ambientais são desfavoráveis. A aceleração desse processo pode comprometer sua sobrevivência.
O estudo também reforça que os peixes sob efeito dessas substâncias podem se tornar mais vulneráveis quando estão sob ameaça.
Os pesquisadores fazem um alerta sobre como a contaminação da água por substâncias de uso humano pode afetar profundamente a vida marinha. E ressaltam: é urgente pensar em formas de reduzir esse impacto.
Pesquisas recentes mostram que a água do mar e de rios está cada vez mais contaminada com substâncias utilizadas por humanos:
Um estudo da USP encontrou componentes de cocaína, remédios e cafeína na água.
No Rio de Janeiro, pesquisadores identificaram a presença de cocaína em peixes, resultante da urina humana que chega às águas por meio do esgoto.
Entre os medicamentos mais encontrados estão os ansiolíticos. Diante disso, pesquisadores da Suécia decidiram investigar quais seriam os efeitos dessas substâncias no organismo dos peixes. O resultado do estudo foi publicado nesta quinta-feira (10) na revista Science.
Para a pesquisa, eles utilizaram implantes nos peixes que liberavam lentamente três combinações diferentes:
clobazam, um ansiolítico;
tramadol, um analgésico opioide;
e uma combinação dos dois medicamentos.
A espécie analisada foi o salmão-atlântico, típica da Europa. A ideia do implante era simular, no corpo dos peixes, a mesma concentração dos medicamentos encontrada na água.
Ao monitorar os filhotes por um ano, os pesquisadores descobriram que os peixes expostos ao ansiolítico migravam do rio para o mar em uma velocidade maior do que o normal.
➡️ Além disso, apresentaram mudanças no comportamento social: passaram a evitar cardumes mesmo diante de predadores, o que reduz suas chances de sobrevivência.
Embora, à primeira vista, migrar mais rapidamente pareça um benefício, os cientistas alertam que isso é motivo de preocupação. O ciclo migratório existe justamente para impedir que os peixes deixem o rio rumo ao mar em períodos inadequados — quando, por exemplo, há muitos predadores ou as condições ambientais são desfavoráveis. A aceleração desse processo pode comprometer sua sobrevivência.
O estudo também reforça que os peixes sob efeito dessas substâncias podem se tornar mais vulneráveis quando estão sob ameaça.
Os pesquisadores fazem um alerta sobre como a contaminação da água por substâncias de uso humano pode afetar profundamente a vida marinha. E ressaltam: é urgente pensar em formas de reduzir esse impacto.