‘Vai arrumar esse cabelo’: estagiária denuncia caso de racismo em escola de Joinville

Uma estagiária de uma escola infantil de Joinville, no Norte de Santa Catarina, denunciou nesta semana um caso de racismo que sofreu durante o trabalho. Estudante de pedagogia, ela relatou o episódio em um vídeo publicado nas redes sociais.

Estagiária denunciou episódio de racismo nas redes sociais

Caso de racismo foi registrado na escola Aldeia do Sol – Foto: Google Street View/Reprodução/ND

Segundo a Paula Renata de Oliveira Conceição, a fala racista teria sido proferida pela diretora pedagógica da Escola Aldeia do Sol, uma instituição de ensino particular, na última quinta-feira (3). “Ela tomou a liberdade de olhar para o meu cabelo e soltar a seguinte frase: ‘E esse seu cabelo aí? Vai arrumar esse cabelo’”, conta a estagiária.

De acordo com a Paula, uma reunião foi realizada com a diretora pedagógica, que confirmou a fala. A estudante de pedagogia afirma que deixou a instituição sem receber apoio psicológico. Na última segunda-feira (7), um Boletim de Ocorrência foi registrado por ela.

“Até quando essas escolas ditas progressistas não colocarão racismo como pauta na suas agendas? Até quando a escola Aldeia do Sol vai ficar tocando nos sonhos de meninas negras?”, questiona Paula no vídeo publicado pelo Movimento Negro Maria Laura.

Confira a íntegra do vídeo

 

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Uma publicação compartilhada por Movimento Negro Maria Laura (@mnmarialaura)

O que diz a escola sobre o episódio de racismo?

Em nota publicada no Instagram, a Escola Aldeia do Sol lamentou o episódio e reconheceu a dor gerada pelo episódio. De acordo com a instituição, o caso ocorreu no dia 3 de abril e a reunião para tratar do assunto foi realizada no dia seguinte.

Segundo a Aldeia do Sol, a gravação da reunião ocorreu sem o conhecimento dos participantes. “Nesse encontro, estagiária prontamente fez o pedido de desligamento sem que houvesse tempo para um diálogo ou para buscarmos uma solução interna”, afirma trecho da nota.

“Decidimos pelo afastamento da diretora pedagógica, para que os processos de escuta e reestruturação institucional possam ocorrer com o cuidado e a responsabilidade necessários. Entendemos que estamos em constante aprendizado, no entanto, reiteramos que a fala registrada é específica, individual e não representa os valores da escola”.

A instituição ainda afirmou que terá um plano de ação mais estruturado para o letramento nas áreas de diversidade, equidade, inclusão e antirracismo, aplicado aos profissionais, famílias e crianças.

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