
Maior evento de artes cênicas da América Latina ofereceu mais de 350 atrações, sendo cerca de 150 gratuitas, com foco em acessibilidade, diversidade regional e democratização do acesso à cultura. O Céu da Língua – Festival de Curitiba
Lina Sumizono
Durante 14 dias, Curitiba se transformou no maior palco cultural do Brasil. A 33ª edição do Festival de Curitiba reuniu, de 24 de março a 6 de abril, mais de 200 mil pessoas e reafirmou seu compromisso com a democratização do acesso à arte, com ações inclusivas, espetáculos diversos e programação para todos os públicos.
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Ao todo, o evento ofereceu mais de 350 atrações em teatros, ruas, praças e espaços alternativos da cidade e Região Metropolitana (RMC). Mais de 70 espaços foram ocupados pelas artes cênicas. A Mostra Lúcia Camargo, por exemplo, trouxe 27 espetáculos, representando, pela primeira vez, todas as regiões do país.
Pelo terceiro ano consecutivo, a curadoria contou com a parceria entre a produtora e pesquisadora Daniele Sampaio; a atriz e gestora cultural Giovana Soar; e o filósofo e crítico teatral Patrick Pessoa.
“Nesta edição de 2025, conseguimos finalmente um marco que nos é muito simbólico, valioso e foi muito desejado, que é a nacionalização efetiva da mostra. Rreunimos espetáculos das cinco regiões brasileiras”, comemora Daniele.
“Nossa curadoria tem o objetivo de alcançar o Brasil como um todo e trazer para cá pessoas que não são vistas pelo resto do país”, afirma Fabíula Passini, diretora do festival.
Laborioso Contato – Festival de Curitiba
Annelize Tozzeto
A mostra ainda contou com quatro espetáculos internacionais da América Latina, como o argentino “A Velocidade da Luz”, montagem de rua encenada por moradores de Curitiba com mais de 60 anos.
Já a Mostra Fringe reuniu 280 espetáculos, com artistas de 11 estados e cinco países, sendo 150 gratuitos.
Coordenada por Rana Moschetta, a Mostra Fringe foi subdividida em 12 mostras. A programação ocupou nove praças em Curitiba e chegou a quatro municípios da Região Metropolitana.
Avanço em acessibilidade
Ilíada – Mostra Surda
Maringas Maciel
A edição ofereceu diversos espetáculos com audiodescrição e tradução em Libras. A tour tátil no musical “Ray – Você Não Me Conhece” permitiu que pessoas cegas tivessem acesso sensorial à dramaturgia. A experiência já tinha sido um sucesso em edições passadas.
Outro destaque este ano foi a segunda edição da Mostra Surda de Teatro, que reuniu mais de 1.500 espectadores, no Sesc da Esquina, em sete espetáculos em Libras de diferentes estados, sendo três deles voltados ao público infantil.
A iniciativa teve grande repercussão e engajamento de escolas e instituições da Região Metropolitana.
“O mote do festival é ser para todos. O Festival de Curitiba apresenta, para a cidade, para o Brasil e para quem se interessa por arte, as inúmeras possibilidades que ela traz, atingindo todos e cada um”, destacou Leandro Knopfholz, diretor do evento.
Outros destaques da programação em números:
Risorama: 8,1 mil pessoas em oito sessões, incluindo duas extras.
Gastronomix: ganhou um dia extra e recebeu 7 mil visitantes, com 2,25 toneladas de comida preparada por chefs renomados.
Guritiba: mais de 2 mil ingressos vendidos e duas mil crianças da rede pública levadas ao Teatro Positivo em parceria com a Prefeitura de Curitiba.
Mish Mash : cerca de 3 mil pessoas em duas sessões regulares, uma extra e um ensaio aberto no novo espaço, Teatro UP Experience, da Universidade Positivo.
Economia Criativa em alta
A 3ª edição da Rodada de Conexões, que teve como objetivo aproximar companhias teatrais de programadores e curadores de todo o país e do exterior, posicionou o festival como plataforma de negócios culturais.
Foram mais de 70 participantes e 380 oportunidades geradas, com estimativa de movimentação entre R$ 14 milhões e R$ 18 milhões, segundo a Realize Hub, empresa especializada em inteligência de mercado.
A iniciativa conectou artistas e grupos teatrais a mais de 30 curadores de várias regiões do país, fortalecendo a circulação e o fomento ao setor.
Segundo o Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos (SINDIPROM-PR), Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares (Feturismo) e Associação Brasileira dos Bares e Casas Noturnas (Abrabar), entidades ligadas à Confederação Nacional do Turismo (CNTur), o festival gerou impacto superior a R$ 50 milhões nos setores de hospedagem, gastronomia e entretenimento.
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