Insurreição e lei marcial: por que o presidente da Coreia do Sul sofreu impeachment?

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aprovou nesta sexta-feira (4) o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. Acusado de tentar um golpe de Estado, o chefe do Executivo estava afastado desde o dia 14 de dezembro, por determinação da Assembleia Nacional.

Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aprova impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. Na imagem, ele aparece centralizado, com a bandeira do país atrás, durante discurso.

Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aprova impeachment do presidente Yoon Suk Yeol – Foto: Reprodução/ND

A decisão foi unânime, com os oito juízes votando pelo afastamento definitivo de Yoon. A Coreia do Sul deverá realizar uma nova eleição presidencial daqui a dois meses. O primeiro-ministro Han Duck-soo vai ocupar a presidência momentaneamente.

O que levou ao impeachment do presidente da Coreia do Sul?

Yoon Suk Yeol sofreu o impeachment por conta da lei marcial decretada por algumas horas no dia 3 de dezembro de 2024. Segundo o decreto, a medida visava conter “grupos comunistas” pró-Coreia do Norte, que estariam planejando uma “rebelião”.

“Para proteger uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e para eliminar elementos contrários ao Estado […] Declaro, por meio deste, a lei marcial de emergência”, disse o presidente da Coreia do Sul em pronunciamento que decretou a lei marcial.

Lei marcial motivou impeachment do presidente da Coreia do Sul. Na imagem, ele aparece centralizado, com expressão séria.

Decreto de lei marcial motivou impeachment do presidente da Coreia do Sul – Foto: Reprodução/ND

Na Coreia do Sul, assim como em outros países, a lei marcial é um regime de exceção no qual o controle da administração pública e da segurança passa a ser exercido diretamente pelas Forças Armadas. A medida geralmente é adotada em situações de grave crise, como guerras, insurreições ou desastres de grandes proporções.

Sob a lei marcial, as autoridades militares podem suspender temporariamente direitos civis, como liberdade de reunião e expressão, impor toques de recolher, restringir deslocamentos e substituir o sistema judicial civil pelo militar para lidar com crimes específicos.

Poucas horas após o decreto, porém, parlamentares votaram em unanimidade contra a lei e o presidente recuou na sua decisão. Yoon chegou a ser preso em janeiro deste ano, mas deixou a prisão em março.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.