
A ação civil pública é movida pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), que atende um grupo de pacientes que fez lipoaspiração mecânica de papada e bichectomia. A DPMG também pede indenização de R$ 500 mil. A PCMG indiciou a dentista Camilla Groppo por causa de infecções causadas em pacientes
A Defensoria Pública de Minas Gerais ajuizou uma ação civil pública contra os donos da Clínica Odontológica Dra. Camilla Groppo, em Belo Horizonte. A dentista foi indiciada pelo crime de lesão corporal por suspeita de deixar diversos pacientes com infecções após procedimentos estéticos.
Na ação, a defesa das vítimas pede o bloqueio de R$ 2,5 milhões em bens e R$ 500 mil para indenizações (veja mais abaixo).
Foram identificadas mais de 20 vítimas de lesão corporal leve e três de lesão grave, no entanto, a Polícia Civil de Minas Gerais não pediu a prisão da mulher. A defesa da dentista afirmou que os fatos serão esclarecidos no processo judicial.
A DPMG atende um grupo de pacientes que fez lipoaspiração mecânica de papada e bichectomia (remoção da gordura das bochechas) na clínica da suspeita.
Entre os principais pedidos da DPMG estão:
Bloqueio imediato R$ 2,5 milhões em bens para garantir uma possível compensação dos danos individuais sofridos pelas pacientes;
Indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil;
Condenação dos responsáveis à indenização dos danos morais, materiais e estéticos causados às consumidoras.
Camilla Groppo, que se apresentava nas redes sociais como especialista em lipos de papada e bichectomias, foi denunciada por diversos pacientes que tiveram infecções bacterianas após a realização dos procedimentos. Vinte e quatro vítimas já foram identificadas no inquérito.
Com o rosto muito inchado e sentindo fortes dores, paciente procurou um hospital e recebeu diagnóstico de infecção
Reprodução/TV Globo
Relembre
Camilla Groppo é investigada desde o ano passado, quando as primeiras vítimas denunciaram infecções graves que surgiram durante cirurgias de lipoaspiração de papada na clínica da dentista, em Belo Horizonte. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil acompanham o caso.
Mais de 20 mulheres denunciaram a profissional. Todas relataram problemas causados por uma bactéria.
Após as denúncias, a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte fez uma vistoria na clínica odontológica, que fica no Centro da capital mineira, para verificar um possível surto de microbactéria não tuberculosa de crescimento rápido. O local foi interditado no dia 11 de março de 2024.
Na época, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a fiscalização constatou irregularidades, como “esterilização inadequada do instrumental utilizado nos procedimentos, além de quantidade insuficiente desses materiais para atender a demanda do estabelecimento”.
“Nesse consultório, essas pessoas foram contaminadas em razão de procedimentos inadequados de esterilização de material. […] infelizmente, a gente percebe que profissionais de saúde, pretendendo ter lucro em relação às suas consultas, deixam de fazer as suas obrigações, expõem a saúde das pessoas e provocam lesões corporais gravíssimas”, afirmou o promotor André Sperling Prado, na época das investigações.
Em março do ano passado, as secretarias de saúde do governo de Minas Gerais e da Prefeitura de Belo Horizonte confirmaram um surto da micobactéria. Em um dos casos, foi confirmado a ação da Mycobacterium spp e outro para Mycobacterium abscessus.
As infecções ocorreram após pacientes passarem por procedimento cirúrgico de lipoaspiração de papada no consultório da dentista.
Camilla Groppo
Reprodução/TV Globo
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