
Uma anomalia no campo eletromagnético da Terra, também conhecida como AAS (Anomalia do Atlântico Sul), tem chamado atenção dos cientistas da Nasa. Essa espécie de “depressão” no escudo magnético do planeta, localizada sobre o Brasil e parte do Atlântico Sul, apresenta uma intensidade significativamente menor em relação a outras áreas do mundo.

Uma anomalia no campo eletromagnético da Terra está preocupando cientistas da Nasa – Foto: Canva/ND
Como resultado, a anomalia permite uma maior penetração de radiação solar, afetando satélites, sistemas de navegação e telecomunicações. Estudos recentes indicam que essa região está se expandindo e passando por transformações que podem impactar significativamente o hemisfério sul.
Crescimento da anomalia no campo eletromagnético da Terra
Os pesquisadores da Nasa vem acompanhando a evolução dessa anomalia há 50 anos, e identificaram um aumento progressivo de sua extensão. Conforme relatado pelo WMM (World Magnetic Model) em 2023, houve uma redução na intensidade do campo magnético nessa região, tornando-a ainda mais vulnerável à radiação cósmica.
Entre os sistemas mais impactados estão os sistemas de navegação e telecomunicações. Segundo a Universidade Nacional de Misiones, na Argentina, a fragilidade magnética da AAS pode provocar falhas em sistemas GPS e afetar rotas de aviões e embarcações.
Além disso, satélites e espaçonaves orbitais, como a ISS (Estação Espacial Internacional), enfrentam riscos consideráveis ao atravessar essa região, podendo sofrer curtos-circuitos e avarias devido à exposição a partículas solares de alta energia.

Nasa acompanha anomalia no campo eletromagnético da Terra – Foto: Canva/ND
Mudanças na formação e divisão da anomalia
Estudos recentes sugerem que a anomalia no campo eletromagnético da Terra não apenas está se expandindo, mas também se dividindo. Um estudo conduzido pela Nasa em 2016 revelou que essa anomalia magnética está se deslocando lentamente para o oeste.
Em 2020, cientistas observaram que a AAS parecia estar se fragmentando em duas regiões distintas, cada uma com um nível de intensidade magnética inferior. Essa subdivisão pode ter impactos desconhecidos na interação entre o campo magnético da Terra e a radiação solar.
Estudos de 2024 também indicaram uma possível conexão entre a AAS e alterações nas auroras boreais e austrais, sugerindo que a fragilidade magnética nessa região pode influenciar padrões atmosféricos e climáticos.

Para compreender melhor a evolução da anomalia no campo eletromagnético da Terra, a Nasa mantém um monitoramento constante dessa região, utilizando satélites e CubeSats para coletar dados em tempo real – Foto: Canva/ND
Importância do monitoramento contínuo
Para compreender melhor a evolução da anomalia no campo eletromagnético da Terra, a Nasa mantém um monitoramento constante dessa região, utilizando satélites e CubeSats para coletar dados em tempo real. Segundo o geofísico Terry Sabaka, do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, “o acompanhamento contínuo é essencial para prever o comportamento futuro da anomalia e avaliar seus impactos”.
Embora a AAS não represente uma ameaça direta para os seres humanos na superfície, sua expansão e divisão exigem atenção, especialmente devido aos riscos para tecnologias espaciais e de comunicação. Com estudos em andamento, cientistas buscam respostas sobre as causas desse fenômeno e suas implicações para o futuro do campo magnético terrestre.