
Thalita tinha de 38 anos, trabalhava como administradora de sistemas de tecnologia e morava em São Bernardo do Campo (SP). Ela sonhava em morar no litoral. Cavalo e charrete foram apreendidos e homem foi preso na manhã deste sábado (29)
Redes sociais e reprodução
A Polícia Civil prendeu na manhã deste sábado (29) o condutor da charrete que atropelou e matou a ciclista Thalita Danielle Hoshino na faixa de areia de uma praia de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, o homem, de 31 anos, foi detido em casa, em Praia Grande (SP).
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O delegado Arilson Veras Brandão, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município, disse que o caso é investigado como homicídio. O homem foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande.
A vítima foi atropelada no último domingo (23), na faixa de areia, na altura da Avenida Santa Cruz. Thalita chegou a ser internada após sofrer um traumatismo cranioencefálico (TCE). Ela primeiro foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Itanhaém, antes de ser transferida ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande.
Ele negou ter visto a vítima
Depois que Thalita foi atropelada, o condutor prestou depoimento à polícia. Na ocasião, ele disse não ter percebido a aproximação da vítima.
O homem relatou ter atingido a mulher enquanto ela passava na frente do veículo, mas a versão foi negada pela fisioterapeuta Gabriela Ferreira Neves de Andrade, que estava junto à Thalita na praia.
A testemunha estava pedalando alguns metros atrás da vítima e viu quando dois carros se aproximarem antes das charretes. Gabriela, inclusive, disse ter alertado a amiga sobre a presença dos automóveis. “Falei para ela tomar cuidado com o carro e desviei para o lado do mato”.
De acordo com ela, primeiro passaram dois carros, depois passou um cavalo e depois passou a outra charrete. “Então ouvi um barulho e vi que ela tinha caído no chão”.
“Eu acredito que foi uma corrida porque eles estavam em uma velocidade muito alta […]. Depois, conversando com alguns moradores de lá, eles falaram que é comum ter essas corridas [entre charretes], que é proibido”, disse a fisioterapeuta.
Quem era Thalita Danielle Hoshino?
Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, sonhava em morar na praia
Arquivo pessoal
Thalita Danielle Hoshino, a ciclista de 38 anos que morreu após ser atropelada por uma charrete na divisa entre Peruíbe e Itanhaém, no litoral de São Paulo, sonhava em morar na praia. Conforme apurado pelo g1 com uma amiga de Thalita, ela era moradora de São Bernardo do Campo (SP) e trabalhava na área de tecnologia. A mulher estava a passeio no litoral paulista com os amigos.
Gabriela era amiga de Thalita há oito anos e estava com ela no momento do acidente, mas conseguiu desviar da charrete.
A testemunha, inclusive, tentou alertar a fisioterapeuta. “A última palavra que eu falei foi para ela tomar cuidado […]. E aí ela foi embora, aí acabou tudo”, lamentou.
A dupla estava a passeio na cidade junto com os maridos desde quinta-feira (20). “A gente tinha ido para a casa da minha sogra, que mora no [bairro] Gaivotas”, disse a fisioterapeuta.
Ao g1, Gabriela contou que a amiga trabalhava como administradora de sistemas de tecnologia e já havia compartilhado qual era o maior desejo da vida dela. “Tinha um sonho de morar na praia. Ela queria ter um motorhome e viver viajando”, relembrou.
Momentos antes do acidente
De acordo com Gabriela, os momentos que antecederam o acidente da amiga foram bons. “Ela estava sentindo uma paz imensa. Ela estava muito feliz, estava tirando fotos, filmando, do jeito que ela sempre gostou”, afirmou a fisioterapeuta.
Ainda segundo Gabriela, Thalita demorou para decidir a roupa que usaria no passeio de bicicleta. “Ela nem ia colocar biquíni no dia, mas quando abriu um solzinho, ela falou: ‘eu vou pôr um biquíni’. Um biquíni roxo, porque ela adora cor roxa”, relembrou.
Vídeo mostra ciclista atropelada por charrete momentos antes de acidente em praia
Características
De acordo com a fisioterapeuta, ela e Thalita tentavam se reunir pelo menos uma vez ao mês, pois eram muito próximas e se ajudavam.
“Podia estar passando qualquer tipo de problema, ela sempre sabia como resolver, sempre sabia como se virar. Ela era realmente a nossa conselheira, uma pessoa que não deixava você ficar triste, não deixava você ficar de baixo astral. Ela sempre me levantava. Nos piores e nos melhores momentos, ela esteve do meu lado”, informou.
Ainda segundo Gabriela, a amiga era muito resiliente e calma. “Ela era luz, paz, mansidão”, finalizou.
Thalita Danielle Hoshino sofreu traumatismo craniano após ser atropelada por charrete em praia de Itanhaém, SP
Reprodução
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