
Daniel Alves chegou a apresentar cinco versões diferentes em depoimentos. Na última delas, confirmou a relação sexual, mas disse que houve consentimento. Justiça da Espanha considera insuficiente depoimento da mulher que acusa Daniel Alves de estupro e absolve ex-jogador
Reprodução/TV Globo
A Justiça da região da Catalunha, na Espanha, absolveu o ex-jogador brasileiro Daniel Alves.
A decisão foi unânime. Os quatro juízes, três mulheres e um homem, concluíram que o depoimento da vítima que acusa Daniel Alves de estupro é insuficiente para sustentar a condenação. A sentença divulgada nesta sexta-feira (28) afirma que a decisão anterior, em primeira instância, contém uma série de lacunas, imprecisões, inconsistências e contradições quanto aos fatos, e que não se pode concluir que as evidências ultrapassaram os padrões exigidos pela presunção de inocência.
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Ester García, advogada que representa a vítima, disse que a decisão desta sexta-feira (28) é um retrocesso jurídico e social na luta contra a violência sexual.
Graciele Queiroz, advogada de Daniel Alves, afirmou que a família do ex-jogador recebeu a recente decisão com serenidade e profundo senso de justiça, e reiterou a convicção na inocência dele.
Daniel Alves havia sido condenado a quatro anos e meio de prisão em fevereiro de 2024 por supostamente ter estuprado uma jovem de 23 anos, na época, no banheiro de uma boate em Barcelona, na madrugada do dia 31 de dezembro de 2022. A mulher afirmou que teve relação sexual sem consentimento com o ex-jogador. Daniel Alves chegou a apresentar cinco versões diferentes em depoimentos. Na última delas, confirmou a relação sexual, mas disse que houve consentimento.
Ele passou 14 meses em prisão preventiva durante as investigações e só saiu após o pagamento de uma fiança equivalente a R$ 5,4 milhões, em março de 2024, e passou a responder pelo processo em liberdade.
Ainda cabe mais um recurso à decisão desta sexta-feira (28) do Tribunal da Catalunha. Dessa vez, ao Tribunal Supremo da Espanha, a mais alta instância judicial do país. A defesa da vítima tem até o fim da próxima semana para protocolar a intenção de que vai recorrer.
Ester García disse que vai entrar com o recurso, mas que também é preciso levar em consideração o lado emocional da vítima devido à forma traumática como a decisão foi tomada nesta sexta-feira (28).
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