É #FAKE que eleições de 2018 e 2022 foram fraudadas; Bolsonaro fez alegações após se tornar réu no STF


Ex-presidente voltou a sugerir fraudes nos processos eleitorais durante declaração após e tornar réu, no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe. Bolsonaro dá entrevista coletiva nesta quarta-feira (26) após virar réu por tentativa de golpe de Estado.
Adriano Machado/Reuters
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um pronunciamento nesta quarta-feira (26) pouco depois de ter se tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
O Fato ou Fake checou quatro falas falsas (veja explicações abaixo):
“[Em] 2014 acabaram as eleições. Dilma [Rousseff] ganhou de Aécio Neves. O que que o PSDB fez? Contratou uma auditoria externa. Talvez para dar mais credibilidade ao parecer final. Conclusão, parecer final da auditoria externa contratada pela PSDB sobre eleições: as urnas são inauditáveis.”
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Por que a declaração é #FAKE:
Em 2014, o PSDB entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de auditoria para que se verificasse a “lisura” da eleição presidencial. Segundo o partido, o objetivo era evitar o “sentimento” de que tinha havido fraude – o que não não foi constatado, segundo a Corte.
Em 2015, sigla apresentou um relatório e disse que não era possível auditar sistema do TSE. A legenda também pediu voto impresso. No entanto, em 2021 a legenda divulgou um comunicado no qual afirmou: “O PSDB considera as eleições de 2014 limpas e confia nas urnas eletrônicas”.
O Fato ou Fake já desmentiu alegações de que as urnas não são auditáveis.
“Houve interferência do TSE nas eleições de 2022 ou não? Não vamos falar em fraude, possível fraude aqui. Esqueçam.”
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Por que a declaração é #FAKE:
Diversos organismos internacionais e nacionais atestam a confiabilidade das eleições brasileiras. O TSE destaca a transparência, segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas, que são utilizadas desde 1996, sem nenhuma fraude comprovada.
O sistema eleitoral brasileiro é transparente e passa por testes públicos de funcionamento para garantir que não há divergência entre votos dados e votos registrados pelas urnas.
Há várias etapas de fiscalização e auditoria das urnas e do sistema eleitoral antes, durante e depois das eleições.
No dia da eleição, ocorre auditoria de funcionamento das urnas eletrônicas; teste de autenticidade dos sistemas eleitorais; zerésima (que comprova não ter nenhum voto prévio registrado antes do início da votação); Registro Digital do Voto (RDV); emissão do Boletim de Urna (BU); e emissão do boletim na mão (aplicativo com todos os boletins de urna).
Além desses testes, que são realizados há 20 anos, em 2022 ocorreu o teste de biometria, para verificar a digital dos eleitores. E houve ainda uma análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de 3 mil boletins de urna, que não encontrou nenhuma divergência.
Também em 2022, o Ministério da Defesa, à época subordinado a Bolsonaro, fez um relatório sobre as eleições em que não apontou fraude.
“Inquérito 1361 de novembro de 2018. Para apurar fraude. E foi dado uma atenção muito especial por determinação da presidente para resolver rápido a questão de fraude. Estava na cara que tinha havido fraude. Para me tirar e botar o Haddad.”

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Por que a declaração é #FAKE:
O inquérito foi aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do STF, para apurar a invasão de um hacker ao sistema do TSE. A Corte já informou, por diversas vezes, que esse acesso foi bloqueado e não interferiu na disputa eleitoral.
Bolsonaro já recorreu a esse inquérito em outros momentos para apontar suposta fragilidade na segurança das urnas. Em agosto de 2021, ele divulgou nas redes sociais a íntegra do documento.
Em nota divulgada também em 2021, o TSE informou, entre outros pontos que: o acesso indevido ao sistema do TSE por um invasor “não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018”; e as urnas eletrônicas nunca são conectadas à internet e, por isso, não podem ser acessadas ou invadidas à distância.
“Eu não pude mostrar imagens do Lula falando que o pobre coitado rouba um celular para tomar uma cervejinha.”
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Por que a declaração é #FAKE:
Lula não disse que criminosos roubam celular para tomar uma cervejinha. Essa alegação foi disseminada em um vídeo editado que faz parecer que o presidente deu essa declaração. O autor da manipulação extraiu dois momentos distintos de uma entrevista que Lula concedeu em 25 de agosto de 2017, em Pernambuco, e juntou as frases para criar a declaração falsa.
No primeiro momento Lula diz: “Por que que aumenta o homicídio? Porque aumenta a pobreza. É uma coisa que está intimamente ligada. Ou seja, o cidadão teve acesso a um bem material, o cidadão teve acesso a uma casinha, o cidadão teve acesso a emprego. De repente, o cara perde tudo. Então, vira uma indústria de roubar celular. Para quê que rouba celular? Para vender. Para ganhar um dinheirinho. Então, eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança. Então, eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança. Não tem nada, Laércio, que possa motivar mais um ser humano do que ele acreditar sonhando com alguma coisa boa. Sabe? Amanhã vai ser melhor, depois de amanhã vai ser melhor. Mas se ele não vislumbra esse mundo melhor, se ele não tem esse sonho, ele cai no desespero. Então é isso que nós temos que pensar”.
Em outro momento, Lula fala sobre o ódio disseminado no país e responsabiliza os meios de comunicação. “É preciso distensionar, para a sociedade perceber que a torcida do Santa Cruz e do Sport não são inimigas. São adversárias durante o jogo. Depois vão para o bar tomar cerveja juntos. E ainda deixa o pessoal do Náutico batendo palma do lado.”
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