Relembre trechos do livro erótico que quase afundou a reeleição do prefeito de BH, Fuad Noman

Prefeito de BH, Feud Noman

Prefeito de BH foi diagnosticado com câncer em julho de 2024 – Foto: Amira Hissa/PBH/ND

Além da vida política, o prefeito de Belo Horizonte (MG) Fuad Noman (PSD), que morreu na manhã desta quarta-feira (26), também foi escritor de romances. A última de suas obras, “Cobiça”, quase atrapalhou sua vida política e serviu de munição para a oposição durante as campanhas eleitorais.

O livro foi lançado em 2020, quando Noman ainda era secretário municipal de Fazenda, mas quase atrapalhou sua campanha eleitoral de 2024, quando o político disputava a reeleição ao cargo de prefeito.

Com frases explícitos de sexo, expressões vulgares e até cenas de estupro, o livro foi usado contra o Noman na campanha de Bruno Engler (PL), que também disputava o cargo de prefeito no ano passado.

A Justiça Eleitoral chegou a proibi-lo de citar a obra em suas propagandas, alegando que a história estava sendo retirada de contexto.

Livro "Cobiça", do prefeito de BH

Livro “Cobiça”, de Fuad Noman, é vendido a R$ 45 – Foto: Reprodução/ND

“O trecho do livro referenciado, quando analisado em seu contexto literário, é parte de uma narrativa fictícia que relata a história de uma personagem de forma a evidenciar tragédias e abusos sofridos por ela, sem qualquer apologia ou incentivo a tais atos”, afirmou a decisão, na época.

Trechos do livro de conto erótico do prefeito de BH viralizaram nas redes sociais

O romance narra a história de Sueli, que viaja ao interior de Minas Gerais em busca de suas memórias familiares. O livro possui linguagem explícita que não foi bem recebida pelo público, com frases como “pa* bem duro”, “colocar o pa* na sua boca” e “enfia esse pa* na minha b*ceta e vamos g*zar juntos”.

Trechos como “ele olhava para ela e sentia vontade de pegar em seus peitos, beijar aquela boca e principalmente mandar-lhe abrir as pernas e enfiar o pa* sem dó” estão entre as passagens que viralizaram no WhatsApp.

Trecho do livro Cobiça, de Feud Noman - Cobiça/Reprodução/ND

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Trecho do livro Cobiça, de Feud Noman – Cobiça/Reprodução/ND

Trecho do livro Cobiça, de Feud Noman - Cobiça/Reprodução/ND

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Trecho do livro Cobiça, de Feud Noman – Cobiça/Reprodução/ND

Trecho do livro Cobiça, de Feud Noman - Cobiça/Reprodução/ND

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Trecho do livro Cobiça, de Feud Noman – Cobiça/Reprodução/ND

Na época, Noman prefeito defendeu a obra, afirmando que se trata de um livro de ficção sem conexão com fatos reais, “assim como tantos de outros autores”.

Não foi primeira vez que o livro de conto erótico de prefeito de BH gera controvérsias. Em 2022, o vereador Jorge Santos (Republicanos) criticou o romance, alegando que ele continha “obscenidades” e “pornografia política”.

No mesmo ano do lançamento, Fuad Noman foi eleito vice-prefeito de Belo Horizonte. Ele assumiu o cargo de prefeito em 2022 após a renúncia de Alexandre Kalil.

A morte do prefeito de BH Fuad Noman

Fuad Noman (PSD) morreu aos 77 anos. Ele estava internado há 83 dias e sofreu uma parada cardiorrespiratória na noite de terça-feira (25), que evoluiu para um quadro de choque cardiogênico.

Segundo boletim médico do Hospital Mater Dei, o quadro de saúde do político era “bastante grave” e ele estava respirando por aparelhos. Noman também apresentava quadro de insuficiência renal aguda.

Fuad Noman, prefeito de BH

Fuad Noman, prefeito de BH, sofreu uma parada cardiorrespiratória – Foto: Rodrigo Clemente/PBH/ND

Ele foi diagnosticado com câncer no sistema linfático em julho de 2024, às vésperas do início da campanha eleitoral. O tratamento surtiu efeito e ele anunciou, ainda durante a campanha à reeleição, que estava curado.

Após o pleito, as complicações voltaram a se manifestar e Fuad Noman foi internado quatro vezes desde então, por motivos diversos: diarreia, sangramento intestinal, sinusite, bronquite e dores nas pernas.

No dia 1º de janeiro, por recomendação médica, ele foi empossado na prefeitura de Belo Horizonte de forma remota, sendo o prefeito mais velho eleito em uma capital brasileira na última eleição.

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