
Nos últimos anos, muitas pessoas começaram a modificar os hábitos alimentares, seja porque certos alimentos ou ingredientes lhes causam mal-estar, ou simplesmente porque desejam evitá-los em sua dieta.
Assim, uma das tendências mais marcadas no mercado e em restaurantes é a oferta de produtos sem glúten.
Essa oferta é impulsionada pela crença popular de que reduzir o consumo pode melhorar a saúde e até ajudar a perder peso.

Proteína no pão fina nas sementes de cereais como trigo, cevada e variedades de aveia – Foto: Freepik/ND
O que é o glúten?
De acordo com a Federação de Associações de Celíacos da Espanha, o glúten é uma proteína que apresenta nas sementes de cereais como trigo, cevada, centeio e algumas variedades de aveia.
O glúten é responsável pela elasticidade da massa de farinha e não confere apenas consistência, mas também maciez a pães e outros produtos assados.
Ao contrário do que muitas vezes se acredita, o glúten não representa um risco para a saúde da maioria das pessoas. Porém, quem sofre da doença celíaca e não pode tolerá-lo, deve eliminá-lo completamente para evitar reações prejudiciais.
Existem ainda pessoas que, embora não sejam celíacas, podem apresentar sensibilidade ao glúten ou ter alguma alergia, o que pode causar desconforto digestivo.

Pão preparado para o café da manhã – Foto: Divulgação/ND
A nutricionista certificada do Departamento de Doenças Digestivas Vatche e Tamar Manoukian da UCLA (Estados Unidos), Janelle Smith, que também é celíaca, explica que essa proteína ganhou má reputação nos últimos anos por efeito do marketing alimentar.
Ao lançar produtos sem essa proteína, as marcas fizeram parecer que sua ausência era sinônimo de saúde.
No entanto, um estudo realizado em 2019 e citado pela publicação encontrou poucas evidências de que uma dieta livre dessa proteína reduza a inflamação relacionada a doenças como a artrite reumatoide.
Além disso, também circulam outros mitos, como o que sustenta que uma dieta sem essa proteína favorece a perda de peso ou que sua eliminação melhora a saúde geral.
Caso sinta que essa proteína possa gerar efeitos adversos, o mais adequado é consultar um profissional médico para avaliar se realmente é necessário excluir da alimentação.