Arqueólogos italianos e escoceses fizeram uma descoberta que pode mudar o rumo da história da arquitetura egípcia: a existência de uma cidade subterrânea sob as Pirâmides de Gizé, no Egito. Os cientistas sugerem que essas formações podem representar um sistema de câmaras interligadas.
Descoberta de cidade subterrânea sob as pirâmides pode mudar o rumo da história da arquitetura egípcia – Foto: Canva/ND
A equipe identificou oito poços cilíndricos verticais sob a base da Pirâmide de Quéfren, estendendo-se por aproximadamente 640 metros abaixo da superfície. Eles também encontraram estruturas em forma de cubo e cinco complexos subterrâneos interconectados por passagens, alguns localizados a cerca de 1.210 metros de profundidade.
Os pesquisadores acreditam que essas formações possam estar relacionadas aos mitológicos “Salões de Amenti“, mencionados em textos espirituais do Egito Antigo.
Cidade subterrânea e o ceticismo científico: a descoberta é real ou apenas uma hipótese?
Embora os achados sejam promissores, especialistas pedem cautela. O professor Lawrence Conyers, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, argumenta que as tecnologias atuais não permitem obter imagens detalhadas a grandes profundidades no solo.
Descoberta de cidade subterrânea divide opiniões na comunidade científica – Foto: AnwiiTheFrench/@AnwiiTheFrench/X
Ele considera os dados preliminares um “grande exagero”, mas não descarta a possibilidade de câmaras menores já existirem antes das pirâmides, dada a relevância espiritual da região para as antigas civilizações.
O especialista acredita que para validar as descobertas, escavações direcionadas seriam essenciais. Conyers ainda enfatiza que é necessário um rigoroso exame dos métodos utilizados, algo fundamental para qualquer pesquisa séria.
Os impactos de uma cidade subterrânea para o campo cientifico
O complexo da Necrópole de Gizé, que abriga a Grande Pirâmide, a Pirâmide de Quéfren, a Pirâmide de Menkaure e a Grande Esfinge, continua a ser um dos sítios arqueológicos mais estudados do mundo.
A hipótese de uma cidade subterrânea sob as pirâmides poderia expandir tudo o que se sabe sobre a arquitetura e as práticas religiosas do Egito Antigo.
O complexo da Necrópole de Gizé, que abriga a Grande Pirâmide, a Pirâmide de Quéfren, a Pirâmide de Menkaure e a Grande Esfinge é um dos sítios arqueológicos mais estudados do mundo – Foto: Canva/ND
Vale ressaltar que estudos anteriores já apontaram a presença de túneis e câmaras ocultas no Egito. Uma pesquisa publicada no Journal of Archaeological Science indica que técnicas de georradar e tomografia de resistividade elétrica têm sido usadas para mapear estruturas subterrâneas sem a necessidade de escavações invasivas.
Além disso, um estudo da Universidade do Cairo, nos Egito, revelou que as pirâmides foram erguidas próximas a um antigo rio, o que pode ter influenciado a construção da cidade subterrânea na região.
