
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central aumentou a taxa de juros em um ponto porcentual nesta quarta-feira (19). Com isso, o índice passa de 13,25% para 14,25% ao ano – seguindo o plano de voo para conter a inflação sinalizado em dezembro e reforçado na reunião anterior, em janeiro. A decisão foi unânime.

Banco Central e Conselho Monetário Nacional divulgaram informação nesta quinta-feira (4) – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Reprodução/ND
Com a decisão, o Copom colocou a taxa de juros no mesmo patamar registrado durante a crise econômica deflagrada no governo da ex-presidente, Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em agosto de 2016.
Trata-se do maior nível nominal dos juros desde outubro de 2016, já com Michel Temer na presidência. Esta é a quinta alta seguida da Selic, sendo a terceira de um ponto porcentual.
Elevação na taxa de juros era esperada
A alta de um ponto na taxa Selic (juros básicos) era esperada por unanimidade tanto entre as 44 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, quanto entre os participantes do relatório Focus, do BC.

Aumento da taxa Selic é o maior desde 2016 – Foto: Foto Premium license Freepik Reprodução ND
A curva de juros precificava uma elevação de um ponto porcentual na Selic no fim da tarde desta quarta-feira.
Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 3,75 pontos – o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, empatado com os ciclos finalizados em março de 2005 e abril de 2014 e perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.
Juros reais
Apesar da alta de um ponto na Selic, o Brasil caiu da segunda para a quarta posição no ranking dos maiores juros reais (descontada a inflação) elaborado pelo site MoneYou, com 8,79%.

Taxa de juros básicos da economia sobem para 14,25% ao ano – Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O País fica atrás da Turquia (11,90%), Argentina (9,35%) e Rússia (8,91%), e à frente de Indonésia (6,48%).
O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil que não estimula, nem deprime a economia é de 5,0%.
*Com informações do Estadão Conteúdo.