
Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) afirmou que a ‘estrela cadente’ era, na verdade, lixo espacial. Objeto luminoso foi visto da cidade de Santos (SP). Mulher registrou lixo espacial cruzando céu em Santos, SP
Uma moradora de Santos, no litoral de São Paulo, registrou o momento em que um objeto luminoso cruzou o céu da cidade. A empreendedora e artesã Marisa Targino, de 23 anos, acreditou ter visto uma estrela cadente e, por isso, pediu pela saúde da tia, que fará uma cirurgia no coração neste mês.
O Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), porém, explicou ao g1 que o fenômeno na verdade era lixo espacial, ou seja, um objeto deixado pelo ser humano no espaço, como algo perdido por um astronauta ou um satélite desativado.
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O registro foi feito do canal da Avenida Jovino de Melo, na Zona Noroeste da cidade, por volta das 18h50 de terça-feira (4). Marisa estava voltando do trabalho quando percebeu algo diferente no céu.
“Pedi para o meu marido parar o carro para eu poder conseguir tirar uma foto melhor, o céu estava muito bonito. Foi quando eu resolvi fazer um vídeo também, aí foi quando a estrela cadente apareceu”, explicou ela, que acrescentou ter ficado triste ao descobrir se tratar de um lixo espacial.
Jovem (à dir.) confunde lixo espacial com estrela cadente e faz pedido pela saúde da tia (à esq.)
Arquivo pessoal
Lixo espacial
O diretor do LNA e professor de astrofísica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Wagner Corradi, explicou que a ‘confusão’ de Marisa é válida. “Parece uma estrela cadente, que é quando um pedaço de rocha espacial entra na nossa atmosfera e deixa esse rastro luminoso. Mas, pelo horário e trajetória, certamente é um pedaço de lixo espacial”, afirmou o especialista.
De acordo com Corradi, os objetos lançados no espaço se chocam com o tempo e se partem em vários pedaços. Os detritos ficam em várias órbitas, mas alguns deles podem entrar na atmosfera, como o lixo espacial registrado por Marisa.
Ainda segundo o professor, há lixos espaciais com tamanhos de 20 centímetros a um metro. “O estrago que eles fazem é gigantesco porque às vezes eles andam com velocidades de sete quilômetros por segundo”, afirmou Corradi.
Telescópio russo (à esq.) instalado no Observatório do Pico dos Dias, sob responsabilidade do LNA, monitora lixos espaciais (à dir.)
LNA/MCTI/Divulgação
Pedido
Marisa contou ter aprendido com a avó na cidade Anadia, em Alagoas, para sempre fazer um pedido ao ver uma estrela cadente. “Pedi com todo o meu coração para que Deus pudesse abençoar a vida da minha tia, que vai fazer uma cirurgia do coração esse mês. Ela é muito importante na minha vida”.
Além do pedido, a empreendedora disse acreditar que o objeto luminoso tenha sido um sinal do pai dela, que morreu há exatamente cinco meses após três acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “No dia que eu perdi ele, olhei para o céu e tinha uma estrela linda e muito brilhante no céu”, lembrou ela.
Mulher (à esq.) acredita que objeto luminoso foi um ‘sinal’ do pai falecido (à dir.)
Arquivo Pessoal
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