Reino Unido, França e Ucrânia vão trabalhar plano de cessar-fogo para guerra contra Rússia, diz Starmer


Quando finalizado, plano será apresentado ao presidente dos EUA, Donald Trump, segundo premiê britânico. Líderes europeus se encontram neste domingo (2) em Londres para discutir apoio a Volodymyr Zelensky. Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, recebe presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em sua residência presidencial em Londres em 1º de março de 2025.
Peter Nicholls/Pool Photo via AP
O Reino Unido, a França e a Ucrânia concordaram em elaborar um plano de cessar-fogo na guerra para apresentar aos Estados Unidos, disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer neste domingo (2), antes de cúpula de líderes europeus em Londres para discutir apoio a Volodymyr Zelensky.
Starmer descreveu a decisão como um passo na direção certa após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Zelensky na Casa Branca na sexta-feira. Na ocasião, Trump acusou o presidente ucraniano de ser ingrato pelo apoio dos EUA na luta contra a invasão russa, e o encontro terminou sem uma assinatura do acordo de terras raras na Ucrânia.
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Mas Starmer afirmou que está focado em atuar como um mediador para restaurar as negociações de paz e usar o colapso das conversas como uma oportunidade para se reaproximar de Trump, Zelenskyy e do presidente francês Emmanuel Macron, em vez de “aumentar a retórica”.
“Agora concordamos que o Reino Unido, junto com a França e possivelmente um ou dois outros países, trabalhará com a Ucrânia em um plano para interromper os combates e, em seguida, discutiremos esse plano com os Estados Unidos”, disse Starmer à BBC. Tanto ele quanto Macron conversaram com Trump desde sexta-feira.
Encontro de líderes europeus
Volodymyr Zelensky
REUTERS/Caitlin Ochs
Cerca de 15 líderes europeus devem se reunir em Londres, junto com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, neste domingo (2). O objetivo da reunião é discutir ajuda militar à Ucrânia e garantir a segurança dos países europeus.
A Ucrânia trava uma guerra contra a Rússia desde 2022, quando o governo de Vladimir Putin invadiu o território ucraniano. Os ucranianos estão ameaçados de perder a ajuda financeira e militar dos Estados Unidos desde que Donald Trump assumiu o cargo, em janeiro. Trump tenta forçar Zelensky a aceitar um acordo de paz, enquanto o presidente ucraniano cobra garantias de que Putin não volte futuramente a avançar sobre a Ucrânia.
No último sábado (1º), o presidente ucraniano já tinha se encontrado com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Segundo a Reuters, eles assinaram um novo empréstimo de 2,26 bilhões de libras (aproximadamente R$ 16,7 bilhões) para ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Além do premiê britânico e de Zelensky, participarão da reunião líderes da Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, República Tcheca, Romênia e Suécia. Também são esperadas as presenças de representantes do Canadá e da Turquia.
A reunião acontece dois dias depois de Zelensky discutir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Trump ameaçou deixar a Ucrânia “sozinha” se eles não chegarem a um acordo com a Rússia.
Durante a reunião no Salão Oval, o presidente americano criticou Zelensky na frente das câmeras, dizendo que ele estava “em uma posição muito ruim” e que poderia causar uma “terceira guerra mundial”.
Trump ainda disse que, se a Ucrânia não fizer um acordo, os Estados Unidos vão parar de ajudar.
Depois dessa discussão, muitos líderes europeus correram para apoiar Zelensky. Eles acreditam que ele foi a Washington para assinar um acordo que permitiria aos Estados Unidos explorar os recursos minerais da Ucrânia em troca de garantias de segurança, conforme divulgado pela France Presse.
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O que esperar da reunião em Londres?
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, garantiu a Zelensky que o Reino Unido vai continuar apoiando a Ucrânia.
A reunião em Londres é uma continuação da cúpula que aconteceu em Paris em fevereiro, afirmou a Downing Street, residência oficial do premiê britânico.
Ou seja, os líderes devem discutir como fortalecer a posição da Ucrânia, incluindo mais apoio militar e aumento da pressão econômica sobre a Rússia.
Os participantes também devem falar ainda sobre a importância de a Europa se preparar para defender a si mesma, caso os Estados Unidos retirem seu apoio militar e nuclear.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que está pronto para discutir uma possível defesa nuclear europeia, após um pedido do futuro chanceler alemão, Friedrich Merz.
Merz acredita que a Europa deve se preparar para o pior cenário, em que a Otan seria abandonada pelos Estados Unidos, e quer discutir a possibilidade de França e Reino Unido oferecerem um “guarda-chuva de segurança nuclear” para os outros países aliados.
Zelensky se reúne com premiê britânico em Londres
Acordo ou “os deixamos sozinhos”
Uma longa conversa entre Trump e Putin em 12 de fevereiro deixou a Ucrânia e a União Europeia preocupadas, pois não foram convidadas para essas negociações bilaterais para acabar com a guerra.
A preocupação aumentou após a discussão no Salão Oval na sexta-feira (28). Trump criticou Zelensky na frente das câmeras, dizendo que ele estava “em uma posição muito ruim” e que poderia causar uma “terceira guerra mundial”.
O presidente americano ainda disse que, se a Ucrânia não fizer um acordo, os Estados Unidos vão parar de ajudar.
Trump pediu que Zelensky fosse embora, cancelando a coletiva de imprensa, o almoço de trabalho e a assinatura do acordo de minerais. “Pode voltar quando estiver pronto para a paz”, disse Trump em sua rede social Truth.
Bate-boca na Casa Branca: Volodymyr Zelensky e Donald Trum discutem
Getty Images
Zelensky descarta pedir desculpas
Em uma entrevista para a Fox News, Zelensky reconheceu que será difícil para a Ucrânia conter a invasão russa sem a ajuda dos Estados Unidos, mas disse que espera restabelecer as relações com Trump. No entanto, ele descartou pedir desculpas ao presidente americano, como exigido pelo secretário de Estado, Marco Rubio.
O presidente ucraniano foi rapidamente apoiado pelos líderes europeus, com quem se encontrará neste domingo em Londres.
Da Polônia ao Canadá, França e Reino Unido, a maioria dos países da OTAN apoiou a Ucrânia.
Zelensky, que foi chamado de ingrato por Trump e Vance no Salão Oval, respondeu neste sábado na rede social X a trinta mensagens de incentivo de seus aliados, dizendo a todos: “Obrigado por seu apoio”.
O primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, se encontram durante uma reunião bilateral em 10 Downing Street
Peter Nicholls/Pool via REUTERS
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