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Abrigo foi aberto na escola Anice Dib Jatene, no bairro Geraldo Fleming. Defesa Civil informou que cerca de cinco mil pessoas foram afetadas por chuva deste sábado (22). Defesa Civil de Rio Branco precisou fazer a retirada de famílias atingidas por enxurrada
Asscom/Defesa Civil
A forte chuva que caiu durante a tarde desse sábado (22) causou o transbordamento do igarapé Batista e causou transtornos em pelo menos 17 bairros da capital. Segundo a Defesa Civil, choveu 84,60 mm nas últimas 24 horas e famílias precisaram ser retiradas de casa.
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O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, informou que cerca de cinco mil pessoas foram afetadas em toda capital.
As famílias retiradas pela Defesa Civil em barcos foram levadas para um abrigo na Escola Anice Dib Jatene, no bairro Geraldo Fleming. O coordenador pontuou que no local há a distribuição de kits de limpezas para os atingidos pela chuva.
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Ainda durante a madrugada deste domingo, a Defesa Civil trabalhava para retirar as famílias mais impactadas pela enchente. Ao todo foram cerca de mil famílias atingidas. “Nós tivemos que remover muitas famílias e abrir abrigos. Já estamos com um abrigo aberto com alguns abrigados lá”, explicou Falcão.
Pelo menos 21 pessoas estão temporariamente acolhidas no abrigo público, enquanto cerca de 200 pessoas foram levadas para casas de familiares. “A gente está fazendo um levantamento mais preciso. Nós estamos distribuindo material de limpeza em todas elas, aí vamos ter uma contagem melhor em instantes”, explica Falcão.
Diante da gravidade da situação, a Prefeitura de Rio Branco e a Defesa Civil informaram que intensificaram as ações de apoio à população. Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) estão atuando nos locais afetados, oferecendo assistência médica e orientações sobre os cuidados necessários neste período, incluindo o consumo seguro de água e alimentos, além da prevenção contra doenças e animais peçonhentos.
O trabalho de monitoramento e suporte continuará sendo feito por equipes da prefeitura, com a intenção de minimizar os impactos da enchente e garantir a segurança das famílias afetadas.
Os bairros afetados neste sábado foram: Vila Betel, Doca furtado, Placas, Boa União, Plácido de Castro, Bahia Nova, João Eduardo, Bahia Velha, João Paulo 2, Calafate, Sobral, Vilage Tiradentes, João Paulo, Habitar Brasil, bairro da Paz, Parque das Palmeiras e Geraldo Fleming.
Avenida fechada em protesto
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Asscom/Defesa Civil
Nesse sábado, os moradores da Baixada da Sobral voltaram a fechar a principal avenida em protesto. Ao longo da noite, além da Defesa Civil, vereadores conversaram com os manifestantes para tentar liberar a via. O vice-prefeito Allyson Bestene e o presidente da Câmara de Vereadores Joabe Lira também foram ao local.
Na noite da última sexta-feira (21), moradores de ao menos quatro bairros da Baixada da Sobral já haviam fechado a rua principal da região em um protesto depois que tiveram as ruas e casas alagadas.
Segundo moradores, o problema ocorre há pelo menos cinco anos, mas ficou mais grave recentemente por causa de obras nos tanques da estação de tratamento de água (ETA 2). Eles afirmam que após o ínicio da construção, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) passou a desviar água para um igarapé que passa pela região
Chuvas voltam a alagar bairros de Rio Branco
A chuva também causou o adiamento da partida entre Galvez e Independência-AC, válida pela quinta rodada do Campeonato Acreano. A partida foi remanejada para esta terça-feira (25).
O árbitro Antonio Marivaldo fez uma vistoria do campo e constatou que não havia condições de jogo no estádio Florestão. Ele então comunicou aos capitães das duas equipes, que chegaram a um consenso. A chuva começou quando Humaitá e Rio Branco jogavam o segundo tempo.
Ruas ficam cobertas por enxurrada na região do Calafate, em Rio Branco
Prejuízos na Baixada
Nessa sexta-feira (21), mais uma forte chuva deixou moradores da região da Baixada da Sobral, em Rio Branco, com prejuízos após transbordamento de um córrego. Em aproximadamente duas horas, choveu cerca de 45,8 mm na região. Pelo menos quatro bairros foram afetados.
Francisco Barbosa da Silva é dono de uma empresa de refrigeração e fazia entrega na hora da chuva. Quando voltou, viu todas as geladeiras dos clientes boiando. Neste sábado, os funcionários ainda retiravam a lama do piso. Além disso, os eletrodomésticos da casa dele também ficaram alagados.
“Um botijão de 13 quilos já estava todo coberto. Meu bebedouro, máquina de lavar, sei que estava tudo nadando,” lamentou.
Casas ficaram alagadas na região da Baixada
Arquivo pessoal
Ismael Matos tem uma serralheria na rua João Amâncio, uma das mais afetadas. Ele não estava em casa no momento da chuva e, quando chegou, viu parte dos seus materiais submersos.
“No momento eu não estava em casa, estava no hospital com a minha esposa que está grávida de seis meses, quando recebemos os vídeos do meu filho que estava em casa que a água estava tomando conta de tudo. O material de serralheria você sabe que é caro e aí a gente ganha pouco vem batalhando para ter esses prejuízos,” desabafa.
O aponsetado José Marques disse que foi um transtorno quando a água começou a subir. Ele teve que levantar os móveis do pai que tem mais de 90 anos, tem Alzheimer e mora no mesmo terreno.
“Não foi fácil não. A água começou a subir, eu ‘tô cirurgiado’. Liguei pro meu irmão pra me ajudar a ‘trepar’ (sic) as coisinhas dele. Isso acontece todos os anos. A gente pede socorro”.
Para evitar mais transtornos, alguns moradores preferiram gastar dinheiro para suspender o piso da casa de forma definitiva. Quem não teve condições, acabou com água dentro do imóvel.
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