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O ministro no STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira (21) a suspensão da plataforma de vídeos Rumble no Brasil. A decisão ocorre após o magistrado determinar que a empresa indicasse representantes legais no país.
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Decisão de Moraes mantém plataforma bloqueada até que ela apresente um representante legal no país – Foto: STF/Rumble/Reprodução/ND
O bloqueio é por tempo indeterminado, até o cumprimento da ordem judicial e o pagamento de multas. O STF já definiu que plataformas estrangeiras precisam constituir representantes no Brasil para receber intimações e responder pelas empresas.
Fundado em 2013, o Rumble é uma plataforma de compartilhamento de vídeos que possui uma política de moderação mais flexível em comparação com concorrentes como o YouTube e a Twitch.
O Rumble atrai criadores de conteúdo que buscam um espaço com menos restrições para expressar suas opiniões, especialmente influenciadores de extrema-direita que se sentem “censurados” por outras plataformas. No Brasil, o principal criador de conteúdo na plataforma é Monark, que chegou a ser suspenso do YouTube após declarar que apoia a existência de um partido nazista no país.
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Monark é um dos principais influenciadores brasileiros que criam conteúdo no Rumble – Foto: YouTube/Reprodução/ND
Rumble descumpriu ordens judiciais de maneira ‘reiterada, consciente e voluntária’, afirma Moraes
Em um despacho duro, o ministro afirmou que a rede social incorreu em “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros”.
Além de exigir a indicação de um representante legal, o ministro também havia determinado o bloqueio do canal do blogueiro Allan dos Santos e a interrupção de repasses de monetização ao influenciador. Outras redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, foram notificadas para bloquear as contas de Allan dos Santos e cumpriram as ordens de Moraes.
O STF não conseguiu intimar o Rumble porque a empresa não tem um responsável no Brasil. Os advogados localizados informaram que não são representantes legais da plataforma e que não têm poderes para receber citações ou intimações. No dia 17 de fevereiro, eles renunciaram ao mandato que tinham para atuar em causas da rede social.
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Plataforma não foi notificada no Brasil por não ter representante legal no país – Foto: Rumble/Reprodução/ND
Moraes está sendo processado nos EUA por conta de embate com Rumble
O Rumble move uma ação contra Alexandre de Moraes na Justiça dos Estados Unidos, em conjunto com a empresa Trump Media, ligada ao presidente americano Donald Trump.
As companhias alegam que o ministro do STF violou a soberania norte-americana ao ordenar a suspensão do perfil de Allan dos Santos. O blogueiro teve prisão preventiva decretada em 2021.
*Com informações do Estadão Conteúdo