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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes retirou, nesta quarta-feira (19), o sigilo da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL-RJ). Nos documentos da colaboração, Cid mencionou o nome Bolsonaro 70 vezes. O termo “presidente”,sem o sobrenome em seguida, aparece 17 vezes.
Já Michelle Bolsonaro foi citada diretamente em quatro ocasiões, além de 11 menções ao cargo de primeira-dama, conforme os relatórios da delação.
A delação faz parte das investigações da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), Bolsonaro atuou como líder de uma organização criminosa que tinha como objetivo permanecer no poder após as eleições de 2022. Com a denúncia, o ex-presidente e outros investigados foram notificados e terão 15 dias para apresentar defesa.
As investigações apontam que Bolsonaro teria planejado um decreto para romper com a ordem institucional.
A PGR afirma que ele tinha conhecimento das ações do grupo que trabalhava para evitar a posse de Lula. O plano incluía medidas para subverter a ordem constitucional e impedir a transição democrática de governo.
Desde que a delação veio a público, Bolsonaro nega envolvimento e classifica as acusações como infundadas. “Zero preocupação”, afirmou o ex-presidente ao comentar a denúncia.
A defesa dele sustenta que não há elementos para sustentar as acusações e argumenta que não houve tentativa de golpe.
Delação
Mauro Cid prestou depoimentos à Polícia Federal como parte do acordo de delação firmado com a PGR. O conteúdo das declarações inclui detalhes sobre reuniões e supostos planos discutidos antes e depois das eleições de 2022.
O ex-ajudante de ordens também relatou episódios envolvendo a disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral e estratégias para contestar o resultado das urnas.
Os desdobramentos do caso serão analisados pelo STF, que decidirá se a denúncia apresentada pela PGR será aceita. Caso isso ocorra, Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus no processo.