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O caso da adolescente de 16 anos de Joinville, no Norte de Santa Catarina, sequestrada em Balneário Camboriú e resgatada nesta terça-feira (18), trouxe à tona o risco oferecido por plataformas de jogos online, que podem ser usadas por pessoas mal-intencionadas para o cometimento de crimes.

Plataformas são usadas por criminosos para atrair vítimas – Foto: Pexels/Reprodução/ND
No caso da adolescente, foi por meio de um jogo online que o suspeito atraiu a vítima. “Ela foi induzida, atraída, por um sujeito de 22 anos de Balneário Camboriú. Eles se conheceram em uma plataforma de jogos, e aquele perfil estabeleceu uma relação de confiança e amizade”, contou o delegado regional Rafaello Ross em entrevista ao Balanço Geral Joinville nesta quarta-feira (19).
Após conquistar a confiança da jovem pela plataforma de jogos online, o homem teria custeado a viagem dela até Balneário Camboriú em um veículo de aplicativo. Ela foi localizada em condições precárias de saúde e higiene, sem acesso a água e comida por pelo menos dois dias.
Risco em jogos online deve deixar famílias atentas
Segundo o delegado Rafaello Ross, é importante que os pais estejam sempre atentos ao uso de plataformas de jogos online pelos filhos, já que estes sites estão em constante evolução e atualização. Ele ressalta também a importância da educação digital para acompanhar as mudanças.
“É importante os pais permanecerem sempre atentos, primeiro numa relação de confiança com os adolescentes, entender qual o contexto que eles estão inseridos no mundo digital. E fiscalizar, evoluir na questão da educação digital, para acompanhar estas novas tecnologias, porque nem sempre nós temos o conhecimento necessário para alcançar os mais jovens”, explica Ross.
De acordo com o delegado, o episódio envolvendo a adolescente de Joinville deve servir de alerta. “É um grande exemplo para os pais ficarem cada vez mais atentos e comunicarem à Polícia Civil qualquer situação semelhante”, diz.
Investigação: o que se sabe sobre o desaparecimento
A Polícia Civil segue com as investigações para esclarecer as circunstâncias do desaparecimento. Entre as linhas de apuração, estão as hipóteses de induzimento à fuga, automutilação ou suicídio por meio de redes e jogos on-line, conforme os artigos 122 e 248 do Código Penal.
O resgate da jovem foi resultado de um esforço conjunto entre diferentes órgãos de segurança. Participaram da operação equipes da DCE/Joinville (Delegacia de Combate ao Estelionato de Joinville), da 2ª DRP/Joinville (2ª Delegacia Regional de Polícia de Joinville), da GM/Balneário Camboriú, (Guarda Municipal de Balneário Camboriú, do Cyberlab/DIPC (Cyberlab é um laboratório de investigação cibernética vinculado ao Departamento de Inteligência da Polícia Civil) e do NINT-2 (Núcleo de Inteligência da 2ª Delegacia Regional de Polícia)
Tecnologia usada para encontrar menina desaparecida
Para auxiliar nas buscas, a Polícia Civil acionou o protocolo Amber Alert Brasil, um programa da Meta em parceria com a PCSC. Esse sistema emite alertas com informações sobre crianças e adolescentes desaparecidos ou em situação de risco iminente, desde que o desaparecimento tenha ocorrido há no máximo 72 horas.
Os alertas são enviados por meio das redes sociais Instagram e Facebook para usuários localizados em um raio de aproximadamente 160 quilômetros do último ponto onde a criança ou adolescente foi visto, ampliando as chances de localização rápida.